O resultado perfeito para uma iniciativa que exigiu empenho e dedicação. Assim pode ser resumida a série de espetáculos intitulada "Canções de Outono", promovida pela Fundação Pinacoteca Benedicto Calixto, com apoio da Associação de Amigos da Pinacoteca e de diversas outras entidades, privadas e oficiais.Sucesso de público, os espetáculos reuniram grupos corais de Santos e outras cidades, arrancando aplausos entusiásticos e agradando em cheio aos apreciadores de boa música.
O diferencial foi o posicionamento dos corais, na enorme varanda do casarão da Pinacoteca, voltados para o público, que não deixou vazia nenhuma do grande número de cadeiras estrategicamente colocadas nos jardins voltados para a avenida da praia. Turistas e santistas, apreciadores da música e curiosos, conhecedores e leigos, todos se uniram nos aplausos aos cantores e músicos. Aplausos que ecoaram até fora do casarão, partidos de pessoas que se acomodaram na calçada para não perder os espetáculos.
O que tudo isso significa? Que basta a iniciativa, a boa vontade. É só oferecer arte, que a plateia comparece, surge dos mais variados pontos, para vibrar, se emocionar e aplaudir. O que nos obriga à reflexão: quanto se perde de cultura pela passividade de quem poderia e deveria promovê-la! Quanta arte deixa de ser vivenciada pela falta de divulgação! Quanto o nosso povo poderia estar mais afeito à manifestação artística e, em consequência, mais rico em cultura, se lhe oferecessem mais e melhor produção nesse campo!
Quanto aos espetáculos, muito pouco a se falar, a não ser que corresponderam às melhores expectativas. Começando com a competência do Duo Hoizontes, formado pelos já reconhecidos pianista Regina Schlochauer e clarinetista Mário Marques, na quinta-feira, dia 23, e continuando, no dia seguinte, com a exuberância do Coral Zanzalá, de Cubatão. Depois, foi a vez do grupo paulistano Canto Ma Non Presto,
demonstrando o entrosamento de seus musicistas em peças de difícil execucação. O encerramento, no sábado, dia 25, foi com o quarteto vocal santista Splendore, que conquistou a plateia especialmente com suas peças sacras, seguido do madrigal Voz Ativa, de Osasco, com belos "spirituals" e arranjos de músicas de consagrados compositores da MPB.
Enfim, foi "prato cheio" tanto para que curte música erudita quanto popular. O silêncio atencioso do enorme público durante as apresentações, os aplausos ao final de cada canção e os comentários garimpados "aqui e ali" ao término dos espetáculos comprovam o que todos sabem, mas muitos produtores culturais fingem ignorar: é só oferecer a doçura da boa arte, que as pessoas são atraídas como abelhas para o mel.
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