quinta-feira, 13 de maio de 2010

O garotinho sobrevivente

O garotinho holandês de 10 anos, único sobrevivente do Airbus que caiu pouco antes de pousar em Trípoli, nos faz pensar, e muito. Mais de 100 pessoas mortas, entre passageiros e tripulantes, destruição total da aeronave, e o menino está vivo e relativamente bem ("apenas "quebrou as pernas).

Sorte, destino, carma, Poder Superior? Difícil responder, cada um, de acordo com suas convicções, chegará a uma conclusão. Mas, será mesmo conclusão ou apenas assunto para ser muito pensado, analisado e, talvez, colocado na pasta "Inexplicável"?

Por que será que de vez em quando, em grandes tragédias, especialmente aéreas, todos morrem, mas uma criança sobrevive? Aconteceu há pouco, em julho do ano passado, na Costa Leste da África, quando Bahia Bakari, então com 12 anos, foi a única sobrevivente da queda de outro Airbus.

E há outros casos de único sobrevivente em tragédias aéreas, nem todos crianças, é verdade. Volta então a pergunta: destino, acaso, proteção superior? Difícil entender! Basta lembrar que há muitos mistérios entre céu e terra que nossa "filosofia" não alcança...

segunda-feira, 10 de maio de 2010

História verídica

Aí vai uma história - ao que tudo indica verídica - que uma amiga contou. A personagem é conhecida dessa amiga e, portanto, não há motivos para duvidar. Divirtam-se

Não se troca uma paixão



Há muito tempo ela não falava sobre futebol. Não comentava jogo, atuação de jogador ou juiz. Dizia não querer saber nada sobre essa paixão de 9,9 entre 10 brasileiros. E não era para menos! Quando se casou, o marido, torcedor de outro time que não o dela, se deliciava com as brincadeiras sem graça contra o clube de seu coração. Começou a ficar irritada e, para não "criar um clima", deixou de demonstrar sua preferência.
Depois vieram os filhos, dois meninos, que cresceram e, para sua tristeza - e tristeza maior do marido - começaram a torcer para um terceiro e um quarto times. Em resumo: na casa, pai e dois filhos torciam para três times diferentes. E, quando a discussão "pegava", era ela quem tinha que apagar as labaredas. Ninguém lhe pedia opinião ou perguntava qual era o "seu" time. Apenas esperavam suas palavras sensatas para se acalmarem, num ritual já mais do que conhecido.
Há algumas semanas, assistindo ao filme argentino "O Segredo dos Teus Olhos", ficou particularmente sensibilizada quando um dos personagens declara que uma pessoa pode mudar tudo: nome, aparência, endereço, cidade, país, trabalho. Pode até mudar, em casos extremos, de pai e mãe, de irmãos ou filhos. Só não consegue mudar uma coisa: a paixão. Que pode ser pela arte, pelas viagens, pelo alcool, pela droga. Ou pelo time de futebol. As cenas seguintes, que comprovam a afirmação, encaminham a ação até o final.
Voltou para casa com essa constatação na cabeça. No dia seguinte, sua secreta paixão entrou em campo para disputar partida da qual poderia sair campeão. O marido e os filhos, procurando diminuir o time rival, fizeram inúmeros gracejos durante toda a manhã. Por causa de sua "dor-de-cotovelo", nem se lembraram de que, afinal, aquele era o time dela. Ou não haviam ainda entendido que pode-se trocar tudo, menos uma paixão.
Ela, arrumando tudo após o almoço, dava uma espiadinha na TV com o coração aos saltos. Sem demonstrar qualquer emoção. Para preservar a harmonia do ambiente. Que, de harmonioso não tinha nada, tamanhas as ofensas que os três dirigiam ao seu time. E ela firme. Até que, cansados de tanto falar e dar risada do possível campeão, resolveram sair, cada um para seu lado: casa de amigo, casa de namorada e casa do irmão. Ela pensou que o cunhado não ia gostar nada de receber visita naquela hora, mas não falou nada, vislumbrando a liberdade que ia ter dentro de casa.
E assim foi: desligaram a TV e saíram os três. Logo ela estava acomodada em frente à televisão, já religada, torcendo abertamento por seu time. Gritou, rezou, sofreu, sorriu, chegou às lágrimas. Até explodir no grito de "é campeão!" Fogos e buzinaço lá fora. Ela estava feliz, muito feliz! Constatou naquele momento que, realmente, a paixão pode ficar adormecida, mas nunca pode ser mudada. E achou que já era hora de externar essa paixão.
Quando o marido e os filhos chegaram, encontraram-na ainda em frente à TV, controle na mão visitando todos os programa esportivos, uma taça e uma garrafa do melhor vinho, pela metade, sobre a mesinha lateral. Rosto ainda afogueado, olhos brilhantes, ele fez questão de dizer a cada um: "Sou campeã! Ah! e o controle da TV hoje é meu!"
Até agora pai e filhos estão tentando conviver com mais uma rival no futebol.