... E o garotinho já é um
menino!
Eu, empolgada, aviso: “Segura o
Camaro, que uma pessoa vai atravessar a pista!” E você, na mesma hora: “Não é
Camaro, vovó, é Porsche!” Estamos no chão, brincando de carro (claro!) e você
logo acrescenta, com suave condescendência: “É que você não conhece muito bem,
não é, vovó?” Concordo imediatamente, reconhecendo minha ignorância e seu
conhecimento sobre carros e marcas. E, sorrindo, vejo na minha frente não mais
o garotinho, mas o menino que já faz observações precisas sobre a vida e as
pessoas.
São cinco anos, meu amado João Vitor.
Você é uma criança que continua adorando “brincar de carro” (acho que essa
paixão vai acompanhar você por toda a vida), que ainda gosta muito dos relógios
da casa dos vovós, que se diverte nos brinquedos dos parquinhos e que sabe
fazer carinha de choro quando as coisas não correm como você gostaria.
Mas, já se percebe o quanto você
cresceu de físico e mente. Cada vez mais sua personalidade se revela, suficientemente
carinhosa para curtir beijos, abraços e afagos e devolvê-los com alegria. Você
ainda está na fase dos “por quês?”, curioso para conhecer cada vez mais as
engrenagens da vida, e mostra sua clareza de alma nas mais diversas
oportunidades. Como quando “combina” comigo uma pequena travessura e diz: “Não
conta para a mamãe. Depois eu conto.” E conta mesmo, sem esconder nenhum
detalhe!
E que delícia correr pela casa atrás
de você, segurando em seus ombros porque estou em seu “ônibus”! Uma tampa
redonda de panela faz as vezes de direção, e paramos muitas vezes porque o
“sinal ficou vermelho”. É a sua rica imaginação criando situações e ambientes
de “faz de conta” para poder brincar, sozinho ou com seu irmãozinho, com seus
familiares e amigos.
Os números, você continua tirando de
letra. Ops! As letras, você também já conhece todas e já sabe juntá-las para
escrever seu nome, os nomes dos papais e do irmão Luiz Felipe, ou Tite, como
você o chama. Seu jeito vibrante lhe permite fazer amigos com facilidade, na
escola, na piscina e em qualquer lugar aonde vá.
O que fascina em você é a dualidade
da ingenuidade infantil e o raciocínio que chega com seus cinco anos. É você,
feliz, brincando com carros e super-heróis, e concentrado, procurando entender
por que no esporte – e na vida – se perde e se ganha. É você chamando os vovós
para brincar e abraçando seu irmãozinho em atitude de proteção.
Imitado por ele em tudo – nos bons
modos e nas travessuras, como é de se esperar – já assume o papel de “irmão
mais velho” explicando-lhe pacientemente : “É assim que se faz, Tite!” Aliás, o
amor entre vocês é palpável, o que não significa ausência de brigas e
encrencas, como é praxe entre irmãos. Tudo selado com beijos e abraços, para
felicidade da mamãe e do papai.
Enfim, esse é você, João Vitor. Você cresceu,
sim, já tem responsabilidades e horários, mas continua uma criança em sua mais
pura essência. E por essa linda personalidade que já se delineia é que tenho
certeza de seu futuro claro e feliz. Dedicação, perseverança, amor e confiança
serão sempre seus guias. Os Céus o protegem e o amor de sua família e amigos o
envolve. Creia que esse amor dos que o rodeiam, que você sabe conquistar,
estará sempre brilhando, para iluminar seus caminhos.