domingo, 27 de janeiro de 2013

Lágrimas no deserto

Um deserto nada bonito, estéril, cujos oásis são feitos de lágrimas que jamais secarão. É nesse cenário que todo o País, além dos pais, parentes e amigos dos jovens mortos em Santa Maria estão vivendo. Apenas duas palavras: aos que partiram, paz. Aos que ficaram, luta (contra a irresponsabilidade e impunidade, para que desertos como este jamais tornem a se repetir em nossas vidas).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tirar a fantasia antes que chova (3)

Parece brincadeira (de mau gosto), mas não é! Em 7 de janeiro do ano passado, postei um comentário intitulado "Tirar a fantasia antes que chova (2)", referindo-me a outra postagem, datada de 22 de fevereiro de 2011,chamada "Tirar a fantasia antes que chova". Esta última referia-se à tragédia de grandes proporções vivida por várias regiões do Rio de Janeiro e  por algumas áreas de outros estados brasileiros, devido ao excesso de chuva.
A postagem do ano passado tinha como tema a repetição da tragédia, em menores proporções, mas igualmente com perda de vidas humanas e bens materiais, e nas mesmas (ou próximas) áreas afetadas no ano anterior. E não é que, mal passado o espocar dos fogos do fim de ano, 2013 se apresenta trazendo a mesma tragédia? Excesso de chuva nas mesmas regiões, vidas humanas perdidas, choro e lamentação pela perda do pouco que as pessoas que ali habitam possuem.
Quer dizer que não aprendemos nada da lição? Não fizemos o dever de casa? Onde estão os políticos e administradores que sabem perfeitamente do perigo que se avizinha com a estação das chuvas e absolutamente nada fazem? O cantor Zeca Pagodinho, percorrendo a área atingida e visivelmente emocionado, não conseguiu segurar um "tenho nojo de políticos!" Um desabafo e tanto para uma figura pública como ele! Mas, talvez, o mesmo desabafo que muitos de nós gostaríamos de fazer.
Só de saber que há meses o lixo não era recolhido em Xerém, uma das áreas mais atingidas pela destruição das chuvas, já é revoltante. Pior ainda se pensarmos que durante todo o ano poucos políticos e administradores (se é que há algum) se preocupam em minimizar os efeitos da tragédia anunciada. Verbas? Sim, existem. Convênios com entidades do Brasile do exterior? Sim, é possível. Ajuda externa? Claro, dá para conseguir, tanto material quanto técnica.
Mas, e os conchavos políticos que tanto tempo tomam das agendas desses administradores? E o dinheiro destinado a ajudar a solucionar o problema, possivelmente desviado para conluios, bolsos e bolsas particulares? E o projeto de manter o poder, mesmo às custas do sofrimento da população?
Triste, muito triste! Como disse nas postagens anteriores, hoje reclamamos, gritamos, sofremos. Mas, amanhã, já escutamos os sons do Carnaval. Quem morreu, morreu. Quem foi morar debaixo da ponte, paciência. Assim somos nós, assim é nosso País. Se tem Carnaval (e futebol) por que pensar em mudar alguma coisa? Vigiar políticos e administradores? Começar desde já a pensar em quem vamos votar nas próximas eleições? Ah!, dá um trabalho!