domingo, 26 de junho de 2011
Pinacoteca marca gol com "Canções de Outono"
sábado, 18 de junho de 2011
Disputa no céu de junho
Sem balões, com magia
"Cai, cai, balão, cai, cai, balão, aqui na minha mão. Não cai não, não cai não...” E não pode cair mesmo! Vai longe o tempo em que a música de roda animava as noites frias e era cantada pelas crianças a plenos pulmões. Os balões cintilavam no céu, disputando com as estrelas qual brilhava mais na escuridão noturna. Era tempo de Festas Juninas, e adultos e crianças se aqueciam ao redor das fogueiras, ansiando pelo momento de fazer subir o balão colorido e iluminado, tão caprichosamente confeccionado.
Tempo que já foi... Hoje, os balões foram banidos, não fossem eles tão perigosos, assassinos potenciais, capazes de matar e destruir. É o preço do progresso, que somente os irresponsáveis teimam em ignorar. Agora, em vez de “cai, cai, balão”, é: “Balão no céu, perigo da terra”. Uma pena, mas temos que nos adaptar aos novos tempos.
E, já que não podemos soltar nem correr atrás dos balões, vamos preservar a magia da época da melhor maneira possível. Com música, quadrilha, delícias da cozinha brasileira e, sobretudo, com muito calor humano. Vamos curtir as noites frias saudando os santos da época com alegria. Um sorriso para quem está ao lado, um abraço carinhoso e um beijo em quem está pertinho de nós.
Quermesses são ambientes mágicos, onde nossas raízes culturais se manifestam com muito vigor. Pelo menos, nas quermesses autênticas. Embalados pelo som dos sanfoneiros, tomando quentão, comendo paçoca e cocada, aconchegando-nos à fogueira, vivamos esses momentos especiais. E demos Vivas! A Santo Antônio, São João e São Pedro!
terça-feira, 14 de junho de 2011
Os santos de junho
Preservar as lendas juninas
Onde foram parar Santo Antônio, São João e São Pedro? Sim, eles continuam nos altares, a receber pedidos e súplicas de seus devotos. Mas, o que aconteceu com as suas festas? Neste mês de junho, as noites frias costumavam ser aquecidas pelas fogueiras, enquanto fogos coloridos riscavam o céu escuro e sem nuvens. Hoje, os balões, real perigo ambulante, foram banidos; em lugar da beleza dos fogos de artifício, estrondos assustadores. As fogueiras são feitas de tiras de papel laminado e a simplicidade do “correio elegante” é substituída pelo “ficar”, de preferência com vários pares diferentes, na mesma noite. Cuidados especiais são tomados para impedir, em algumas quermesses, drogas, desrespeito, confusão, preconceito, brigas e agressões.
Felizmente, a maioria das festas juninas mantém a ordem e a alegria. Frequentadas por famílias, são realizadas em residências, escolas, associações, igrejas, clubes e outras entidades. Algumas têm caráter beneficente, mas, à exceção das festas nordestinas, perdeu-se muito do encanto e da autenticidade das quermesses. As raízes folclórico-culturais foram esquecidas, privilegiando-se, em contrapartida, comidas e bebidas – nem sempre da época – e música eletrônica em altíssimo volume.
Em que ponto deixamos para trás as sanfonas e as modinhas, as quadrilhas de movimentos espontâneos, os trajes autênticos – com os “noivos” e o “padre” –, os arraiais ao ar livre, as histórias contadas na roça, a origem das homenagens aos santos juninos? Certamente, em alguma curva de antiga estrada de terra. Mas, apesar do asfalto, da velocidade e do progresso, não seria possível retornar àquela curva? Não poderíamos resgatar o antigo encanto?
Se não sob o céu escuro, embaixo de tetos acolhedores. Se não com fogos de artifício, com pequenas “estrelas” a brilhar nas mãos das crianças. Mas, a essência da festa poderia ser preservada. O levantamento do mastro, por exemplo, de origem européia – como muitos dos costumes adotados nas festas juninas –, significa a garantia de fartura nas colheitas e de saúde para os animais domésticos. No Brasil, costuma-se adorná-lo com as bandeirinhas dos três santos juninos.
Quanto ao “casamenteiro” Santo Antônio, seria bom saber que essa crença teve origem em decisão do frei nascido de nobre família portuguesa: casar jovens que se amavam, mesmo pertencendo a classes sociais diferentes, o que, na época, era proibido. As quadrinhas que exaltam o milagroso santo são muitas: “Santo Antônio me case já/ enquanto sou moça e viva./ Porque o milho colhido tarde/ não dá palha nem espiga”.
Já na noite de São João, a tradição aponta para as adivinhações: as moças aproveitam que o santo está sempre dormindo em sua festa e tiram a sorte para saber com quem vão se casar. Lendas seriam preservadas: o santo teria nascido em uma noite muito bonita e sua mãe Isabel, para avisar Maria, mãe de Jesus, teria mandado erguer um mastro em sua casa e acender uma fogueira para iluminá-lo.
O protetor dos viúvos é São Pedro e, a ele, muitos recorrem com fé, especialmente na noite de sua festa. Também protetor dos pescadores, são incontáveis as embarcações coloridas e enfeitadas que percorrem mares e rios em louvor ao santo. Tudo isso seria contado, lembrado e revivido nas festas juninas. Pequenos exemplos do rico folclore que as cidades grandes ajudariam a preservar. Histórias, tradições e lendas que fazem parte da alma do nosso povo e que, lamentavelmente, correm o risco de não chegar às novas gerações.
domingo, 12 de junho de 2011
Amor sincero
Um texto especialmente escrito para a coluna "Alto Astral", de Durval Capp Filho.
Aconchego do Dia dos Apaixonados
Dia dos Namorados, dos Noivos, dos Casados, dos Companheiros, ou Dia dos Apaixonados? Não parece ser este último o nome mais apropriado para a data? Basta pensarmos em paixão não só como sinônimo de atração física, mas defini-la, também, como cumplicidade, admiração, respeito, confiança, apoio, carinho, companhia, ou seja, amor pleno e completo.
Nesse amor deveriam viver, em um mundo ideal, os verdadeiramente apaixonados. Mas, como é difícil! Na realidade do dia a dia, são muitos – e quase sempre grandes – os obstáculos a serem superados por duas pessoas que se amam. São dificuldades de toda a ordem, das materiais às psicológicas, das reais às imaginadas. Permitimos que os mais diversos motivos interfiram em nossas relações.
Por sermos imperfeitos, não conseguimos ver a perfeição do amor. Mas, ela existe e sobrevive nas mãos dadas de um casal unido há muitos anos ou no beijo apaixonado de dois jovens que mutuamente se escolheram para, juntos, enfrentarem a vida. É o amor verdadeiro que desculpa, alegra, faz chorar e faz sorrir.
É a paixão, em sua definição completa, que move o ser humano. Por isso é tão bom comemorar o Dia dos Namorados (Apaixonados)! É tempo de nos sentirmos amados e de retribuirmos com o mesmo amor. Não importa o muito ou pouco tempo juntos. Não é tão importante uma rosa, um chocolate ou uma joia. Importa, mesmo, a presença da pessoa amada. Bom, é o aconchego dos beijos e abraços!