domingo, 28 de novembro de 2010

Parabéns às polícias cariocas

Impossível fugir do assunto: o belo trabalho que a polícia carioca está fazendo contra a bandidagem no Rio. Já não era sem tempo! Só faço algumas perguntas: por que foi preciso esperar que os traficantes iniciassem uma onda de terror, incendiando ônibus e carros, metralhando bases da PM, para que a operação contra eles fosse desencadeada? Já não poderia ter sido feita antes?
Outra dúvida: será possível manter efetivos policiais suficientes e a postos permanentemente para evitar a retomada das favelas pelos bandidos?
Mais uma: será que a população trabalhadora dessas comunidades terá suficiente segurança contra o ódio dessas gangues caso elas pretendam se vingar?
E o prefeito César Maia, não poderia parar um pouco de incensar o governo federal ressaltando a toda hora o apoio recebido? Afinal, isso não é uma obrigação de qualquer governante de bom senso?
São perguntas que levarão ainda algum tempo para serem respondidas. Por enquanto, parabéns às polícias Militar e Civil do Rio de Janeiro e aos membros de outras forças que as auxiliaram nesse estafante e perigoso trabalho, de que há muito o Rio vinha necessitando!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Quanto vale uma mulher?

Um exemplo de como ainda são tratadas as mulheres ao redor do mundo, especialmente em certas regiões cultural, religiosa e materialmente atrasadas: um indiano de 27 anos foi preso pela polícia acusado de ter se casado com aproximadamente 60 mulheres antes de vendê-las para prostíbulos.
O jovem crápula - é o que ele é, na minha opinião - se apresentava como soldado bem pago, enganava os pais das meninas de famílias pobres na região de plantação de chá, no Estado de Bengala ocidental, e, depois, vendia as garotas para prostíbulos bem distantes de suas casas.
Agora, me digam: continuam ou não as mulheres sendo tratadas como gado em muitos pontos deste lindo e, ao mesmo tempo, medonho planeta? E nós, não falamos nada? Não protestamos? Não tomamos nenhuma atitude?
Ou será que nosso País vai estreitar laços com os governantes dessa região da Índia, à maneira como faz com o Irã? Não nos enganemos: o crápula foi preso, mas provavalmente vai se safar. Afinal, o que são mulheres por lá? O que valem? Para o sem-vergonha, em torno de 1.600 euros. Para os demais, quase nada. Se não fosse essa a mentalidade dominante na região, teria o crápula coragem de fazer o que fez?

domingo, 14 de novembro de 2010

MAM santista

Sonho a ser concretizado

Uma das mais importantes iniciativas dos últimos anos, na área cultural santista, é o projeto da construção do Museu de Arte Moderna de Santos, que será erguido no mesmo terreno da Pinacoteca, atrás do belíssimo casarão localizado na avenida da praia.

Para que esse projeto se concretize, os diretores da Fundação Pinacoteca buscam captar recursos por intermédio da Lei Rouanet. O autor do projeto é o premiado arquiteto Paulo Mendes da Rocha, e o futuro prédio – sem dúvida nenhuma, uma obra de grande fôlego – dá atenção aos detalhes e prioriza as finalidades a que se destinará o MAM santista.

Uma grande área para estacionamento será construída abaixo do solo, facilitando a visita de santistas e turistas e ajudando a manter alta a freqüência do museu. A concepção é moderna e funcional, e o custo está estimado em R$ 30 milhões.

Só por estas breves pinceladas dá para perceber a importância do Museu de Arte Moderna para a revitalização das artes visuais em Santos, assim como de outras manifestações artísticas, já que o prédio terá espaços multiuso. Bom para a educação, ótimo para a cultura.

Fica então a pergunta, que é um convite: empresários, investidores e demais interessados, vamos ajudar? A causa, sem dúvida, é muito nobre.

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Enem sem seriedade

E o Enem, hein? Problemas ano passado, problemas este ano, estudantes estressados e revoltados, esperanças frustradas de ingresso nas universidades etc. etc. Pior: suspeita de vazamento da prova, Poder Judiciário tomando iniciativas, presidente Lula se manifestando com veemência e agressividade na defesa do exame.
Dá para confiar? Acreditar que vivemos em um País sério? É triste ver uma boa idéia desperdiçada por incompetência, irresponsabilidade ou, quem sabe, má-fé de quem deveria executá-la. Mais um golpe contra um dos principais pilares em que deveria se apoiar o nosso Brasil: a educação.
Agora, colocam-se remendos no que foi esfarrapado. Será consertado? Só o tempo dirá. Será feita justiça? Respostas só daqui a alguns anos. E o pior: quem paga todos os milhões gastos para a realização do Enem somos nós, o povo. Só por isso, o processo todo deveria ser impecável, funcionando perfeitamente. Pena que este ainda esteja longe de ser um País sério!

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Ataques via Web

Difícil descrever minha revolta contra a falta de educação e de nível que toma conta da Web. É triste ver o que pensa e diz nosso povo! No dia da eleição, foi demais! Por isso escrevi este artigo, que foi publicado hoje, dia 9, na “Tribuna Livre” do jornal “A Tribuna”, de Santos.

Briga de rua na Internet

Já bem próximo do anúncio oficial da candidata vencedora das eleições para presidente da República, ligo o computador e começo a ler as notícias. Números da apuração em todo o Brasil e nos Estados; fotos de políticos votando ou dando declarações; eleitores idosos ou com problemas de locomoção dando testemunho de cidadania e fazendo o impossível para chegar aos locais de votação; casos curiosos ocorridos durante todo o domingo, neste país continental.

Nada muito diferente do clima de todas as eleições, até eu me aventurar pelas Redes Sociais e pelos comentários de internautas às notícias exibidas na tela. Que decepção! Aquilo de que eu há muito vinha desconfiando confirma-se plenamente: vão ser necessários muitos anos para que nosso povo adquira educação e cultura.

O nível dos comentários e das discussões é tão agressivo e ofensivo que mais parece briga de rua entre bêbados. Tanto eleitores de candidatos vitoriosos quanto os de candidatos perdedores externam suas idéias com fúria e desprezo pelos oponentes. Ninguém pensa, nem por instantes, que está debatendo (?) política, uma atividade das mais nobres do ser humano.

E todos vão colocando para fora frustrações pessoais, preconceitos – quem disse que não há neste País? –, mágoas, impotência. Tudo muito pior do que os fanáticos torcedores de futebol, que se digladiam via Internet como se suas vidas ou a sobrevivência de suas famílias dependessem do resultado de uma partida ou da classificação de seu time favorito.

Em qualquer discussão entre internautas, seja lá sobre que assunto for, a regra é o baixíssimo nível; a exceção, alguém lúcido, com palavras de bom senso. Nas eleições, não poderia ser diferente. Ainda mais depois do péssimo exemplo dado por alguns políticos e seus marqueteiros: na ânsia de conseguir votos, vale tudo, inclusive desmoralizar o adversário.

Na Web, a ignorância tem sentido literal – basta ler o que se escreve – e figurado, já que poucos entendem que somente a troca de idéias pode gerar algum progresso. Raros sabem defender pontos de vista com firmeza e educação. Imperam os ataques, muitas vezes, pessoais.

Esse panorama desolador, que reflete a realidade de uma sociedade sem valores humanos ou espirituais, exige um esforço extraordinário, se quisermos começar a melhorá-lo. De nada adianta mudar governantes e políticos, se as deficiências materiais e culturais, especialmente entre os jovens, continuarem as mesmas. É urgente uma ação conjunta, oficial, de ONGs, de associações particulares. É preciso seduzir nosso povo para a educação e cultura, além de oferecer melhores condições de vida aos núcleos familiares.

Caso contrário, estaremos contribuindo para que a revolta continue amargurando grande parte de nossa população. Estaremos jogando nossos jovens no colo da violência. Continuaremos tendo, na Internet, manifestações grosseiras, que mal escondem o ódio. O mesmo ódio que se materializa depois nas ruas, em vandalismo, assaltos, direção irresponsável de veículos, bebidas e drogas. De políticos e governantes, eleitos ou derrotados, cobremos ações corajosas, firmes e honestas. Para que encurtemos o tempo de espera por uma Internet onde se expressem pessoas de caráter digno.

Um juiz que nos deixa pasmos

Guardem bem este nome: Edilson Rumbelsperger Rodrigues. Quem é? Um "V. Excia." Um homem que, nos dias de hoje, ainda afirma que os problemas da humanidade começaram com a mulher. Ou coisa semelhante. Agora, amigos, podem se indignar: ele é juiz! Não, não é de futebol ou de qualquer outro esporte. Estes, com certeza, são bem mais atualizados e inteligentes. Edilson é juiz de Direito.
De Sete Lagoas, Minas Gerais, e acaba de ser afastado de suas atividades (ainda bem!) pelo CNJ - Conselho Nacional de Justiça. Sabem o que ele disse da Lei Maria da Penha? Que é "diabólica". E considerou-a inconstitucional ao julgar ações contra homens covardes que agrediram suas companheiras. Dá para acreditar?
Agora, vai ficar afastado de suas funções por dois anos - não, ele não foi exonerado -, recebendo salário proporcional, e, depois desse prazo, poderá pleitear voltar a atuar como juiz. Ah! E a decisão do CNJ não foi unânime: nove votos pelo afastamento de Edilson e seis pelo não afastamento. Dá para confiar em um País como este?