quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Natal 2013


            Publicada na "Tribuna Livre", de "A Tribuna", em 24/12/2013                                               

 Não estamos certos!

                                                                           
E, mais uma vez, vivemos o Natal. Uma grande parte do mundo para, não para refletir sobre a mensagem da data, mas, para se preocupar com presentes, decoração, jantares, roupa nova e tudo o mais que vem atrelado ao 25 de Dezembro. Não, não estamos certos. Se parássemos para pensar além da nossa agitada rotina diária, perceberíamos a inutilidade de tantas coisas que nos levam ao stress. Compramos uma Árvore de Natal novinha em folha, sem pensar em quantas famílias sobrevivem nos lixões, com suas “casas” enfeitadas com restos de papel sujo e objetos quebrados, resgatados do lixo.

                Nossa roupa nova que acabamos de adquirir não é capaz de nos levar à reflexão de que existem milhões de seres humanos vestindo andrajos, roupas que há muito deixaram de merecer esse nome, para serem apenas trapos. E o capricho na compra dos ingredientes e dos pratos para o Jantar de Natal nos impede de ver crianças e adultos esquálidos, implorando por um pouco de comida a fim de sobreviver.

                Não, não estamos certos. É realmente linda a festa em família, a comemoração do Natal! Quase impossível não entrar no clima mágico do Final de Ano e celebrar a vida. Mas, não estamos certos. E sabemos disso. Tanto que assumimos “sacolinhas de Natal” para doar aos carentes, em especial às crianças pobres e esquecidas neste País tão rico. Uma maneira de acalmarmos um pouco nossa consciência.

                Não estamos certos quando não lutamos por um basta definitivo à corrupção que drena para os bolsos de quem a marioneta, os recursos que poderiam mudar para melhor a vida dos miseráveis.  Quando somos bombardeados pela mídia com notícias capazes de fazer corar Ali Babá e seus ladrões. Quando constatamos a violência à nossa volta, tão banalizada, que nos deixa apáticos. Quando vemos nosso ensino em patamares tão baixos! Quando não nos importamos mais com as ofensas e agressões aos mestres e professores. Quando jovens sem perspectiva de vida, sem família, sem cultura, mergulham no crack, agridem até a morte, expõem seu preconceito com virulência.

                Com certeza, certos não estamos quando, ao invés de proteger a natureza, fazemos de tudo para destruí-la. E, também, quando não gritamos e nos desesperamos como carpideiras, ao vermos doentes morrendo nos pisos sujos de corredores de hospitais, sem médicos, remédios e consolo.

                Mas, mesmo sem estar certos, prosseguimos em nossos preparativos para o Natal.  E não adianta apontarmos os dedos uns para os outros. Como ressalta a pensadora Hannah Arendt, não paramos para pensar. Não refletimos sobre a natureza do mal, sobre a capacidade de o homem perceber que não está certo.

                Não procuramos viver a mensagem da época, aquela do Menino que, há mais de dois mil anos, nasceu em Belém. Sem árvores e bolas coloridas, sem comida refinada, talvez apenas sob a luz das estrelas. Pois o Menino cresceu e, mesmo para quem não o vê sob a ótica religiosa, suas palavras mostram que, ainda hoje, não estamos certos.

                Não porque comemoramos o Natal ruidosa e alegremente, comendo, bebendo, dançando, em meio às luzes, cores e presentes. Alegria é da natureza humana. Gestos de solidariedade, também. Carinho, amor e votos de felicidades, igualmente. Só não estamos certos porque não tentamos começar a reformar o mundo por nós mesmos. Para, aí sim, podermos dizer que estamos certos.

 

 

               

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Gilberto Mendes


                                          

                                             Um músico que escreve livros

Há pessoas privilegiadas que, mesmo se dedicando a uma expressão artística, conseguem expor seu dom em outras formas de arte. É o caso do compositor santista Gilberto Mendes, que projeta a cultura da Cidade para o País e o mundo. Após incursionar pela ficção com o lançamento recente da novela Danielle em Surdina, Langsam, está agora nas livrarias com Música, Cinema do Som, uma reunião de crônicas, artigos e críticas musicais, muitas publicadas em A Tribuna.

Se em Danielle, há paixão, suspense, memórias de paisagens e monumentos, citações de artistas e obras, em Música, Cinema do Som, Gilberto compõe um retrato da música local, nacional e internacional durante um período de 45 anos.

 Além de revelar o conhecimento do autor a respeito de cinema, teatro, artes visuais e, também, da alma humana, Danielle é um registro da Santos de décadas passadas, com suas construções, suas ruas, seus interiores, seus ambientes, o Parque Balneário Hotel. E a música pode ser sentida ao longo de todo o texto, com ritmo, com cores.

Já em Música, Cinema do Som, os artigos de Gilberto, deliciosos de ler, fáceis de entender, são muitas vezes pontilhados por sutil ironia ou humor. Revelam rápidas facetas do cotidiano do autor e registram nomes e momentos marcantes da música contemporânea erudita e popular – esta, da MPB ao jazz –, sempre interligada ao cinema e ao teatro. Há, ainda, entrevistas e posicionamentos estéticos firmes, mas serenos.

Um dos nomes mais respeitados da música atual, Gilberto teve contato com a arte desde criança, estimulado pelo ambiente familiar. Para ele, música e cinema estão muito próximos, há uma identificação entre os dois processos narrativos. Confessa ver um filme como quem ouve uma música e ouvir uma música como quem vê um filme.        

Idealizador e alma do Festival Música Nova, internacionalmente conhecido, foi, durante muitos anos, crítico de música e colaborador de A Tribuna, tendo ainda escrito para outros órgãos de imprensa. Um dos destaques de Música, Cinema do Som é a crítica da estreia, em Santos, da ópera Café, de Koellreutter, publicada em A Tribuna, em setembro de 1996. Além de elogiar o inusitado de uma estreia mundial de ópera em Santos, o autor tece considerações sobre o espetáculo, definindo-o como belo e funcional.    

Música, Cinema do Som faz parte da coleção Signos/Música, da Editora Perspectiva. Tem prefácio do também compositor Livio Tragtenberg e reúne textos assinados por Gilberto Mendes, de 1966 a 2011, para A Tribuna e jornais Folha de São Paulo, O Estado de São Paulo e Jornal da Tarde.

            Para tornar o livro ainda mais saboroso, há um texto em que o compositor fala dele próprio, intitulado Gilberto Mendes Por Ele Mesmo. Para completar, três composições de Gilberto, de períodos diferentes, rico material para estudantes e musicistas.

Danielle em Surdina, Langsam foi lançada pela Algol Editora, com prefácio do escritor Flavio Viegas Amoreira.   Contém ainda uma ilustração – desenho do antigo Parque Balneário Hotel, feito por Eliane Mendes, esposa do autor. Como Música, Cinema do Som, um livro para quem sabe dar valor à cultura.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

João Vitor - Segundo aniversário


                            
           Dois anos de um sorriso poderoso

 
Você ainda não sabe, mas o que você nos proporcionou nestes dois anos foi, simplesmente, a plenitude da vida. Você, João Vitor, é ainda muito pequenino para compreender a enorme felicidade que sua existência trouxe a todos nós, seus pais, avós, familiares e amigos. E, em sua inocência, não sabe que apenas um sorriso seu é capaz de desmanchar em amor o coração desta sua avó.

            Ter a oportunidade de acompanhar seu crescimento, estar muitas vezes pertinho de você, beijá-lo, abraçá-lo, ganhar seus beijinhos “molhados”, sentar no chão a seu lado para brincar... Existem momentos mais preciosos? Impossível! Observar a ternura e o amor nos olhos de seus pais, os cuidados dos seus avós, a beleza de seu carinho, tudo isso é um presente da Vida.

Você é carinhoso, tranquilo. Pertinho de você, temores, dúvidas e contrariedades são totalmente esquecidos. É o seu dom. Você tem o poder de acalmar o mundo. Você nos olha com esses olhos transparentes, que mais parecem pedras preciosas a irradiar luz, e, em um “passe de mágica”, nos tornamos as pessoas mais felizes do mundo.

Quando você estende sua mãozinha para pegar a nossa ou quando dá uma gostosa risada, feliz, despreocupado, nos leva ao paraíso. Quando fica sério, parecendo “pensativo”, queremos adivinhar o motivo: estará sonhando com os anjos, com os quais parece que você mantém uma sólida parceria?

Você corre pela casa e olha para trás, a ver se alguém o segue. Você é uma criança feliz. Seus gestos de amor e carinho são emocionantes. É você, crescendo, pleno, alegre, ainda sem compreender muito bem a vida, mas já adivinhando o que de bom ela pode trazer.

Sim, você vai lutar como todos, vai enfrentar as dificuldades das quais nós, infelizmente, não temos o poder de livrá-lo. Mas, com certeza, você se sairá bem, será forte, feliz. Está rodeado de amor e tem muito amor para compartilhar. Será a sua mola-mestra. Farol divino a iluminar permanentemente seus caminhos.

 

terça-feira, 2 de abril de 2013

Mais juízo, por favor!

Acho que o que está faltando, mesmo, é juízo. A todos nós e ao mundo. Como é possível que a sobrevivência da raça humana dependa de fanfarrões inconsequentes, que resolvem se divertir com seus brinquedinhos nucleares, ameaçando vizinhos e afins? Será que ainda não aprendemos, depois de tanta miséria provocada pelas guerras? Sofrimento, morte, mutilação, fome são sinônimos de guerra desde que o homem, ingênua ou soberbamente, acreditou que poderia levar vantagem dominando outro homem, primeiro, pela força, depois, pelas armas.
Das primitivas, utilizadas pelos homens das cavernas, às terrivelmente sofisticadas nucleares, todas provocam destruição e dor. Arrasam cidades e campos. São a pior face da belicosidade humana. Mas, continuamos, qual animais a caminho do matadouro, na mesma estrada de provocações, bravatas, ameaças. Hoje, qualquer passo em falso nesse tortuoso caminho pode significar o fim da humanidade e do Planeta. Não somos, mesmo, inconsequentes? Não está faltando juízo?
 

sexta-feira, 29 de março de 2013

Para termos esperança

Apenas uma rápido pensamento, uma longa oração ou uma meditação profunda? Não importa! A Sexta-Feira da Paixão nos remete não só às misérias humanas, como aos mais nobres sentimentos de amor. Religiosos ou não, crentes ou ateus, deveríamos hoje, todos nós - pelo menos, esta parte da humanidade que ainda consegue pensar e se situar - unir nossos pensamentos e sentimentos em prol de uma sociedade universal fraterna e solidária. Pensar e agir, honrar as palavras e o exemplo Daquele cuja sofrida morte hoje é lembrada. Para que, no Domingo de Páscoa, possamos ter esperança na renovação do ser humano, para podermos acreditar que nem tudo está perdido.

terça-feira, 26 de março de 2013

Nosso retrato

Diversas de hoje, algumas muito, mas muito tristes; outras chegam a ser até divertidas, as famosas "rir para não chorar", como esta:

* O ex-juiz Nicolau dos Santos Neto, o famoso Lalau, deixou a prisão domiciliar e foi recolhido à cadeia, conforme ordens da Justiça. Argumento do seu advogado, que já impetrou habeas-corpus: se até os mensaleiros, condenados, mas com sentenças sem trânsito em julgado, não foram presos, porque o "dr. Nicolau" tem de ser. Não há contra ele nenhuma sentença com trânsito em julgado, tudo provisório. Portanto... E o pior é que o advogado não deixa de ter alguma razão. "Lalau" está em prisão domiciliar há 13 anos e tem 84 de idade. Roubou dinheiro público, mas por que só ele na prisão? Será um caso para Sherlock Holmes?

* Esta é tristíssima, uma constatação da involução do ser humano: em Limeira,SP, um homem jovem, de 24 anos, matou, por asfixia, a esposa, de 26, e a filhinha, de apenas 1 anos e 8 meses. Depois colocou os corpos próximos a rodas de veículos estacionados, para que, quando estes fossem postos em movimento, parecesse casos de atropelamento. Ainda não se sabe os motivos que levaram este arremedo de homem a cometer tais atos. Será possível chamá-lo assim? Os seria melhor já identificá-lo como verme?

* Em Barra do Piraí, RJ, uma família chora a perda de seu garotinho de 6 anos, assassinado, também por asfixia, pela manicure de sua mãe. Este outro verme - que conseguiu retirar a criança da escola onde o menino estudava, levá-la para um hotel, onde a matou -  ainda tem a desfaçatez de dar entrevista para a TV dizendo que não pretendia matar, "só" sequestrar a criança para pedir resgate e pagar dívidas de tráfico de seu irmão. Mas as coisas "saíram assim", o que fazer, não é? Tem o que fazer sim: prisão perpétua ou pena de morte (sempre fui contra, mas começo a mudar de opinião) para vermes que cometem atos como esse. Depois,ela ainda deu outras versões e motivos para o crime, inclusive por que escondeu o corpo da vítima em sua casa, dentro de uma mala. Ah!, e a escola que liberou o menino sem confirmar com a mãe da criança a veracidade dos fatos, também merece punição rigorosíssima, inclusive com prisão para os responsáveis.

* Para encerrar, um contraponto: foi emocionante o reencontro do ciclista que teve o braço arrancado por um motorista irresponsável, com os dois jovens que o ajudaram e provavelmente salvaram sua vida. Os dois voltavam de uma festa, passando pela Av. Paulista, em São Paulo, quando viram o ciclista caído no chão. Um deles, com formação em enfermagem, prestou os primeiro socorros, fez massagem cardíaca e tomou outras providências até chegar o socorro médico. O ciclista (também jovem) se emocionou no reencontro, abraçou e agradeceu aos dois. Quanto ao motorista - que, além de tudo, jogou o braço arrancado em um rio - o ciclista afirmou que o perdoava, mas lamentou não ter sido procurado por ele até hoje. 

Aí estão as várias facetas do ser humano. Retratos cruéis e nobres do cotidiano, mas, também, nosso próprio retrato!

quarta-feira, 20 de março de 2013

Adeus, Emílio!

O dia hoje amanheceu triste: morreu Emílio Santiago. Uma perda para a nossa música popular, uma perda para a cultura brasileira. Com sua voz privilegiada, o carioca Santiago encantou platéias em todo o Brasil e no mundo. Gravou vários álbuns, deu incontáveis entrevistas. Sempre com uma disposição e humor invejáveis.
Com a série de álbuns "Aquarela Brasileira", sucesso estrondoso de vendas, ajudou a divulgar a música popular brasileira no exterior, tendo sido comparado a Johnny Mathis e Nat King Cole. Mas ele era Emílio Santiago, um brasileiro que ajudou a dar destaque internacional para alguns de nossos maiores compositores. Ganhador de um Grammy latino, dedicou-se sempre à boa música, manteve estilo e alto padrão. Deveria ser imitado por muitos pseudocantores que se acham o máximo, mas escorregam - e muito! - em um repertório medíocre, quando não, de péssimo gosto.
Que pena, Emílio Santiago! Aos 66 anos, você ainda tinha muito o que contribuir para a MPB, para o nosso gostoso e autêntico samba. Isso, naturalmente, se a mídia deixasse, já que, ultimamente, parece que só o baixo nível tem vez nos meios de comunicação. Não importa: você, Emílio Santiago, deixou seu nome indelevelmente escrito na história da arte brasileira. Agora, vai, com certeza, deitar seu belo vozeirão nos planos superiores!

segunda-feira, 18 de março de 2013

De novo, a tragédia anunciada

O que dizer dos deslizamentos e mortes provocados de novo (a segunda vez este ano) pelas chuvas no Rio e em São Paulo?  Mais uma vez, a região serrana do Rio teve vidas perdidas e grandes prejuízos materiais. E, mais uma vez, a presidente Dilma se manifestou dizendo que medidas mais severas devem ser tomadas para impedir que as pessoas morem em áreas de risco. No Estado de São Paulo, aqui pertinho, Cubatão e São Sebastião também sofrem os efeitos perversos das chuvas, com inúmeras famílias desabrigadas e enormes prejuízos.
E é só isso? Medidas devem ser tomadas para impedir que as pessoas morem em áreas de risco? Lamentável! Ainda se fossem acontecimentos inesperados, poderíamos até concordar. Mas essas tragédias se repetem todos os anos, são tragédias mais do que anunciadas. Em minha opinião, muita coisa pode e deve ser feita. É só descer um pouco aqui no blog, para ler postagens mais antigas, intituladas "Tirar a fantasia antes que chova". Vejam se não tenho razão!

domingo, 27 de janeiro de 2013

Lágrimas no deserto

Um deserto nada bonito, estéril, cujos oásis são feitos de lágrimas que jamais secarão. É nesse cenário que todo o País, além dos pais, parentes e amigos dos jovens mortos em Santa Maria estão vivendo. Apenas duas palavras: aos que partiram, paz. Aos que ficaram, luta (contra a irresponsabilidade e impunidade, para que desertos como este jamais tornem a se repetir em nossas vidas).

quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

Tirar a fantasia antes que chova (3)

Parece brincadeira (de mau gosto), mas não é! Em 7 de janeiro do ano passado, postei um comentário intitulado "Tirar a fantasia antes que chova (2)", referindo-me a outra postagem, datada de 22 de fevereiro de 2011,chamada "Tirar a fantasia antes que chova". Esta última referia-se à tragédia de grandes proporções vivida por várias regiões do Rio de Janeiro e  por algumas áreas de outros estados brasileiros, devido ao excesso de chuva.
A postagem do ano passado tinha como tema a repetição da tragédia, em menores proporções, mas igualmente com perda de vidas humanas e bens materiais, e nas mesmas (ou próximas) áreas afetadas no ano anterior. E não é que, mal passado o espocar dos fogos do fim de ano, 2013 se apresenta trazendo a mesma tragédia? Excesso de chuva nas mesmas regiões, vidas humanas perdidas, choro e lamentação pela perda do pouco que as pessoas que ali habitam possuem.
Quer dizer que não aprendemos nada da lição? Não fizemos o dever de casa? Onde estão os políticos e administradores que sabem perfeitamente do perigo que se avizinha com a estação das chuvas e absolutamente nada fazem? O cantor Zeca Pagodinho, percorrendo a área atingida e visivelmente emocionado, não conseguiu segurar um "tenho nojo de políticos!" Um desabafo e tanto para uma figura pública como ele! Mas, talvez, o mesmo desabafo que muitos de nós gostaríamos de fazer.
Só de saber que há meses o lixo não era recolhido em Xerém, uma das áreas mais atingidas pela destruição das chuvas, já é revoltante. Pior ainda se pensarmos que durante todo o ano poucos políticos e administradores (se é que há algum) se preocupam em minimizar os efeitos da tragédia anunciada. Verbas? Sim, existem. Convênios com entidades do Brasile do exterior? Sim, é possível. Ajuda externa? Claro, dá para conseguir, tanto material quanto técnica.
Mas, e os conchavos políticos que tanto tempo tomam das agendas desses administradores? E o dinheiro destinado a ajudar a solucionar o problema, possivelmente desviado para conluios, bolsos e bolsas particulares? E o projeto de manter o poder, mesmo às custas do sofrimento da população?
Triste, muito triste! Como disse nas postagens anteriores, hoje reclamamos, gritamos, sofremos. Mas, amanhã, já escutamos os sons do Carnaval. Quem morreu, morreu. Quem foi morar debaixo da ponte, paciência. Assim somos nós, assim é nosso País. Se tem Carnaval (e futebol) por que pensar em mudar alguma coisa? Vigiar políticos e administradores? Começar desde já a pensar em quem vamos votar nas próximas eleições? Ah!, dá um trabalho!