quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Um grito e uma esperança

                   

Aí vai meu artigo publicado na edição de 29/12, no jornal “A Tribuna”, de Santos, seção “Tribuna Livre”. Um grito contra o sofrimento de mulheres no Brasil e no mundo. E um fio de esperança de dias melhores em 2011.

 

 

                                Um bom ano para as Marias

                                                        

         Sakineh Mohammasdi-Ashtiane não se chama Maria. Nem a garota afegã de 18 anos que teve o nariz e as orelhas decepadas. Provavelmente, também não se chama Maria nenhuma das 60 mulheres indianas vendidas para prostíbulos. Nem as que foram estupradas e mortas na Guiné. Mas, têm todas uma dolorosa ligação com a Maria que festejamos nesta época do ano. Maria que permitiu ao mundo conhecer Jesus. Maria, que muito sofreu.

         Aí está a ligação entre todas essas mulheres: o sofrimento. Imposto por esdrúxulas leis religiosas, por interesses financeiros e políticos ou por sociedades hipócritas e atrasadas, esse sofrimento continua tendo como alvo principal as mulheres. São elas o elo mais fraco, a despeito de uma suposta evolução em sua condição social.

            É claro que em países civilizados não se condenam mulheres a serem mortas por apedrejamento em casos de infidelidade aos maridos. Ou por prostituição. Esse horror persiste apenas em certas sociedades fundamentalistas. Mas, mesmo em países ditos laicos e civilizados, a mulher ainda é considerada inferior.

         No Irã, Sakineh Ashtiane vive o horror de ser enforcada a qualquer momento, uma vez que sua sentença de morte por apedrejamento foi transformada em morte na forca. O mesmo drama que, segundo as Escrituras, viveu Maria ao ficar grávida de Jesus. Prometida em casamento a José e não sendo este o pai da Criança, poderia ser denunciada pelo noivo e apedrejada. Foi salva pelo coração bom de José e pelo Anjo que, de acordo com as mesmas Escrituras, explicou ao futuro esposo a origem divina da Criança.

         A menina afegã sem nariz e orelhas foi condenada por um tribunal religioso simplesmente por querer fugir da família do marido, que a maltratava; as 60 jovens indianas foram enganadas por um crápula de 27 anos, que se apresentava como soldado bem pago, casava-se com elas antes de vendê-las para prostíbulos bem distantes de suas cidades; as mulheres estupradas na Guiné só o foram por terem participado de ato em favor da democracia.

         Um sofrimento que se repete todos os dias, em inúmeros pontos do Planeta. E as Marias brasileiras? Apanham, são estupradas e mortas, muitas vezes por seus companheiros. Mas podem contar com outra Maria: a Lei Maria da Penha. Ou não podem? Se depender de Edilson Rumbelsperger Rodrigues, não. Edilson é o tristemente famoso juiz de Sete Lagoas, Minas Gerais, que foi suspenso de suas funções pelo CNJ, por considerar essa lei “diabólica” e por declarar que foi a mulher a iniciadora de todos os problemas da humanidade. E nós nos consideramos um País civilizado!

         Um País onde milhares de Marias sofrem com a violência contra seus filhos. Onde mulheres vivem em condições miseráveis, enfrentam torturas psicológicas, precisam ser pais e mães de seus filhos abandonados pelos companheiros. Por isso, elas se identificam tanto com Maria mãe Daquele que veio trazer mensagem de amor e perdão. Aquele que não permitiu o apedrejamento da adúltera.

         Elas esperam que as cores e luzes da passagem do ano signifiquem realmente dias melhores. Lutando sozinhas ou ao lado de seus Josés, elas querem que leis sejam respeitadas, que idéias pseudo-religiosas e retrógradas não prosperem entre nós e que ações se concretizem, com apoio oficial, para acabar com a degradação das Marias em todo o mundo.

 

        

          

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Um novo ano

O ano chega ao fim e vamos todos festejar a chegada de 2011. Que sejam tempos de mais amor e compreensão, menos ódio e violência. Que tenhamos mais saúde, que a fome seja um fantasma cada vez mais distante da humanidade, que nossos sonhos se transformem em realidade.
Para isso, não esqueçam: pensamento positivo - é difícil nos tempos modernos, mas primordial - e confiança em nós mesmos e, principalmente, em uma Força Maior, que nos aponta caminhos e acompanha por eles, em busca da tão importante evolução.
Menos correria, mais meditação. Menos ambição, mas felicidade. Menos guerra, mais - mas muito mais - PAZ


FELIZ 2011!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Caos anunciado

Prevalesceu o bom senso e o há muito anunciado não se concretizou. Ainda bem! Seria sofrido demais suportar o caos no transporte aéreo de passageiros às vésperas do Natal, o dia mais movimentado do ano no setor. O Sindicato dos Aeroviários suspendeu a greve que resultaria em aeronautas e aeroviários de braços cruzados. E em aviões parados no chão, enquanto passageiros se degladiariam nos balcões dos aeroportos, dormiriam no chão, protestariam com veemência, sem nada adiantar.
O Sindicato percebeu que a greve, neste momento, seria contraproducente, acarretando antipatias para sua causa. De qualquer forma, é importante denunciar que as negociações entre Sindicato e companhias aéreas já duram mais de 80 dias, acompanhadas pelo Ministério Público do Trabalho, que também não apresentou solução. Ressalva:pelo menos, agora, o MP tomou uma atitude para proteger os passageitros, ao ameaçar o Sindicato de pesadas multas, se, em caso de greve, não fossem mantidos no trabalho 80% dos trabalhadores. A Anac, por sua vez, apenas garante que os direitos dos passageiros serão respeitados, mas alguém pode me dizer de que maneira vai conseguir isso se houver greve?
O pior é que, segundo o Sindicato, a categoria não reivindica apenas melhores salários, mas também melhores condições de trabalho, já que a jornada de seis horas determinada por lei, ao que tudo indica, se estende por muito mais horas, pondo em risco a saúde do trabalhador e a segurança do passageiro.
Se e quando a greve se concretizar, já sabemos o resultado: raiva, frustração de quem pretende e precisa viajar, mídia agitada na cobertura do caos. O mesmo caos dos aeroportos europeus, só que, lá, provocado por condições climáticas inevitáveis. E aqui, não haverá tempo, ainda, de se fazer alguma coisa para evitar o caos anunciado?

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Natal e réveillon

Aí está texto sobre esta época do ano, publicado neste final de semana na coluna “Alto Astral”, de Durval Capp Filho, no “Jornal da Baixada”. Para refletir...

 

 

 

                                 Valores do Natal para 2011

 

 

 

         Os sinos tocam nesta época, mas tocarão eles nos corações de cada um de nós? As casas e as ruas estão repletas de luzes, mas resplandecerão elas dentro de nós? Brilham as belas árvores de Natal, acolhendo sob seus galhos, presépios onde o Menino é a figura principal. Será Ele também, com sua mensagem, o principal farol de nossa maneira de viver?

         É Natal, sim. É tempo de alegria, de comemorar, de viver todas as delícias desta época mágica do ano. Vamos nos abraçar, desejar felicidades aos parentes e amigos. Mas não percamos de vista o significado da festa. Lembremos que é Natal para o rico e para o pobre, para o saudável e o doente, para a criança e para o velho.

         É Natal porque a mensagem do Aniversariante permanece verdadeira, passados dois mil e dez anos. Amor, caridade, bondade, perdão não saem de moda. São valores fundamentais para o homem e foi o Menino do presépio quem os incutiu fundo em nossas almas.

         Por isso, fiquemos atentos: que os símbolos deste tempo de Natal não sejam só externos. Que eles nos conquistem também internamente, para que, ao se aproximar o Novo Ano, renovemos nossos propósitos e esperanças de nos tornarmos melhores a cada dia. Só assim poderemos ajudar a transformar o mundo em que vivemos, para que a prata do réveillon salpique o verdadeiro branco da paz!  

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

O verdadeiro Natal

Natal está aí. Tempo de presentes, decoração da casa, ceia, corre-corre, ufa! Está certo, tudo tem que estar perfeito na Grande Noite. Mas, não seria bom nos livrarmos de todas as obrigações e compromissos? Pararmos, refletirmos, meditarmos. Rezarmos, por que não? Aliás, essa seria a autêntica comemoração do Natal!
Já que é praticamente impossivel nos livrarmos dos compromissos, vamos, pelo menos, tentar desacelerar. Que a casa esteja linda e iluminada, sim, mas que o mesmo aconteça com nossos corações. Que troquemos presentes e desejemos felicidades uns aos outros, mas que tudo isso signifique, realmente, amor. Que nos alimentemos com a deliciosa comida colocada sobre a mesa lindamente decorada, mas que nossas almas sejam também alimentadas com esperança de melhores tempos.
Enfim, que o Jesus recém-nascido nos encontre receptivos à sua mensagem de tolerância e compreensão, para que renasçamos no verdadeiro Natal!