Frustração, tristeza, raiva, humilhação. Sentimentos
(legítimos) da enorme torcida que lotava o Mineirão e da esmagadora maioria dos
brasileiros que assistia, pela televisão, à partida entre Brasil e Alemanha.
No
apito final, a sensação era de que o País tinha enfrentado uma tragédia,
passado por um desastre natural ou perdido uma guerra.
Difícil mesmo assimilar uma derrota por
7 a 1, depois de um clima de euforia criado, em grande parte, pela mídia. Nem
nos piores pesadelos, a derrota seria tão acachapante. Naquela noite de
terça-feira, cada um de nós – assim como os profissionais da mídia – procurava explicações
para a “tragédia”.
E como foi difícil ouvir e ler os
comentários jocosos da mídia estrangeira! Reconhecer a superioridade do
adversário! Assistir às entrevistas chorosas dos milionários profissionais que,
em campo, levaram o Brasil à pior derrota nas Copas em 100 anos!
Depois, passou a terça-feira, e a
quarta, a quinta... Ainda estamos nocauteados pelos 7 a 1. Mas, o “luto” vai
passar. Vamos cansar de lamentar. E, aí, será o tempo da reconstrução, de
voltar a ter orgulho. Não no futebol – deixemos isso para os especialistas –,
mas no nosso dia a dia, no nosso País.
Será o tempo de vigiar para que não
mais sejamos apontados como o paraíso da corrupção. Começando em nossa própria
vida, esquecendo a “lei de Gérson”. Sabendo escolher nossos políticos, para que
os doentes tenham o mínimo de atendimento com dignidade; para que as crianças
sejam acomodadas em escolas com professores bem remunerados, que estimulem seu
aprendizado.
Vamos exigir que nossos impostos sejam bem
utilizados; que os policiais sejam bem preparados e pagos, para que não mais
subsista o clima de terror imposto à população por bandidos cruéis. Vamos fiscalizar
as verbas dirigidas à cultura , para que não se percam em pseudoarte. E as
verbas do esporte, para que possamos nos tornar também uma potência olímpica.
Melhor ainda, que ambas caiam em mãos capazes de encaminhar nossas crianças e
jovens carentes para um melhor futuro.
Vamos combater tóxico e traficantes;
salvar matas e florestas dos predadores humanos; proteger o estado laico;
ajudar nosso povo a se equilibrar emocionalmente e esclarecer mentes ( o que não
interessa à maioria dos políticos, interessados em manter o poder às custas dos
votos inconscientes).
Enfim, temos que aprender a votar,
repudiar alianças espúrias na política; temos que construir uma Nação muito
melhor. Somente quando não tivermos famílias morando na rua por total falta de
opção e crianças doentes e famintas, poderemos nos orgulhar do País. Aí, a
mídia estrangeira vai ter que reconhecer que somos campeões. Portanto, mãos à
obra. Vai, Brasil!