quinta-feira, 10 de julho de 2014

Vai, Brasil!


Frustração, tristeza, raiva, humilhação. Sentimentos (legítimos) da enorme torcida que lotava o Mineirão e da esmagadora maioria dos brasileiros que assistia, pela televisão, à partida entre Brasil e Alemanha.

No apito final, a sensação era de que o País tinha enfrentado uma tragédia, passado por um desastre natural ou perdido uma guerra.

         Difícil mesmo assimilar uma derrota por 7 a 1, depois de um clima de euforia criado, em grande parte, pela mídia. Nem nos piores pesadelos, a derrota seria tão acachapante. Naquela noite de terça-feira, cada um de nós – assim como os profissionais da mídia – procurava explicações para a “tragédia”.

         E como foi difícil ouvir e ler os comentários jocosos da mídia estrangeira! Reconhecer a superioridade do adversário! Assistir às entrevistas chorosas dos milionários profissionais que, em campo, levaram o Brasil à pior derrota nas Copas em 100 anos!

         Depois, passou a terça-feira, e a quarta, a quinta... Ainda estamos nocauteados pelos 7 a 1. Mas, o “luto” vai passar. Vamos cansar de lamentar. E, aí, será o tempo da reconstrução, de voltar a ter orgulho. Não no futebol – deixemos isso para os especialistas –, mas no nosso dia a dia, no nosso País.

         Será o tempo de vigiar para que não mais sejamos apontados como o paraíso da corrupção. Começando em nossa própria vida, esquecendo a “lei de Gérson”. Sabendo escolher nossos políticos, para que os doentes tenham o mínimo de atendimento com dignidade; para que as crianças sejam acomodadas em escolas com professores bem remunerados, que estimulem seu aprendizado.

         Vamos exigir que nossos impostos sejam bem utilizados; que os policiais sejam bem preparados e pagos, para que não mais subsista o clima de terror imposto à população por bandidos cruéis. Vamos fiscalizar as verbas dirigidas à cultura , para que não se percam em pseudoarte. E as verbas do esporte, para que possamos nos tornar também uma potência olímpica. Melhor ainda, que ambas caiam em mãos capazes de encaminhar nossas crianças e jovens carentes para um melhor futuro.

         Vamos combater tóxico e traficantes; salvar matas e florestas dos predadores humanos; proteger o estado laico; ajudar nosso povo a se equilibrar emocionalmente e esclarecer mentes ( o que não interessa à maioria dos políticos, interessados em manter o poder às custas dos votos inconscientes).

         Enfim, temos que aprender a votar, repudiar alianças espúrias na política; temos que construir uma Nação muito melhor. Somente quando não tivermos famílias morando na rua por total falta de opção e crianças doentes e famintas, poderemos nos orgulhar do País. Aí, a mídia estrangeira vai ter que reconhecer que somos campeões. Portanto, mãos à obra. Vai, Brasil!