quarta-feira, 16 de junho de 2010

Frio e paixão

Aí está o texto sobre o Dia dos Namorados, publicado na coluna Alto Astral, de Durval Capp Filho, no Jornal da Baixada. Foi na edição de 12 deste mês, e a repercussão foi muito boa. Afinal, todos gostam de um pouco de romance. Apesar da época do frio, acrescentei o calor da paixão, e a "alquimia" parece que deu certo.

Um dia para o romance

Frio que aquece os namorados

Há quem prefira o calor. Mas, sejamos sinceros, existe ambiente melhor para curtir a dois do que uma lareira acesa? Ou um aquecedor ligado? Um maravilhoso vinho tinto, chocolate e pés aquecidos? Parece o resumo da felicidade e, talvez por isso, o Dia dos Namorados combine tão bem com esta época.

Já imaginaram um casal trocando carícias, mas preocupado com a pele banhada de suor, com o calor que sufoca? Ar condicionado e cervejinha para aliviar? Sim, mas onde fica o romantismo? Definitivamente, Dia dos Namorados é para ser vivido em junho.

E como é gostoso observar a mudança de comportamento dos casais nestes dias! Parece que o amor é vivido mais intensamente, as pessoas dedicam mais tempo a observar e querer bem o parceiro. De paqueras e “ficantes” a casados e amantes, todos, de todas as idades, acabam mais ou menos influenciados pela data.

É verdade que o poder econômico não está ausente de tudo isso. Como sempre, indústria e comércio aproveitam para incrementar os negócios. Assim, até a economia se aquece no frio, juntamente com os corações presenteados, seja com uma flor ou uma jóia valiosa. Um beijo também serve, desde que sincero, quente e carinhoso.

E até Santo Antônio, que de acordo com a fé e a tradição já uniu inúmeros casais através dos tempos, é celebrado no frio junho! É preciso mais para gostar do inverno? Só se for de quentão e pé-de-moleque!

terça-feira, 1 de junho de 2010

Desmando na estrada

Reproduzo para vocês artigo que escrevi para “A Tribuna”, a partir de

uma experiência pessoal. Amigos, o trânsito está cada vez mais aterrador e, se não nos unirmos para exigir providências, vai ficar muito pior e mais perigoso.

Previsíveis imprevistos

Uma viagem de carro rápida e tranquila pelo interior paulista, em estradas bem conservadas e sinalizadas. Assim pode ser descrito o retorno de Serra Negra para Santos, certo? Errado! Estradas boas, sim; distâncias não tão longas e, para completar, um lindo sábado de sol. Mas os imprevistos...

Ou seriam fatos previsíveis? Comecemos pela estrada que liga Serra Negra a Amparo. Como as demais em região montanhosa, cheia de curvas, com faixas auxiliares em alguns trechos. Bem sinalizada, pavimentação regular, poucos motoqueiros no sábado cedo – costumam ser em grande número mais tarde e, principalmente, aos domingos.

Mas eis que o trânsito não flui, impedido por um fusca prata de Amparo, que se esparrama pela pista, confundindo estrada com passarela do samba e fazendo evoluções que põem as vidas em risco. Inúmeras vezes, o fusca, com os retrovisores laterais totalmente voltados para baixo, invade a pista contrária nas curvas, assustando quem vai em direção contrária e provocando xingamentos e buzinaço.

O motivo ninguém sabe. Embriaguez? Inexperiência? Vontade sem graça de fazer graça e se exibir? O fato é que a tragédia em potencial existiu e poderia não ser imprevista se houvesse uma fiscalização mais atenta à estrada perigosa. Se alguns motoristas dos arredores encaram a pista como uma “estradinha do quintal de casa”, é preciso conscientizá-los do perigo e impedir sua irresponsabilidade. É preciso prever, prevenir e punir. Somente lombadas e radares, não funcionam nesses casos.

E, por falar em radares, a maratona para vencê-los começa em Amparo e se estende por Morungaba e Itatiba, em uma profusão de fazer inveja a grandes metrópoles. Talvez uma escolha mais criteriosa de pontos monitorados diminuísse a arrecadação dos municípios, mas fizesse o motorista encarar com maior seriedade os trechos críticos do caminho.

Enfim, ultrapassadas as lindas estradas Amparo-Morungaba-Itatiba, com seus bambuzais formando espetaculares arcos sobre a pista, e após pequeno susto com um carro em sentido contrário que, para ultrapassar motoqueiro, invade parte da outra pista, chega-se ao complexo Anhanguera-Bandeirantes, amplo, bem pavimentado e sinalizado, com trânsito intenso.

E, então, é a vez do Rodoanel, igualmente lembrando pista de Primeiro Mundo, tais as excelentes condições oferecidas. Mas faltam placas de direção e, logo à entrada, motoristas se confundem e fazem arriscadas manobras de marcha-à-ré. Sem contar os sustos com os enormes caminhões, muitos correndo na mesma velocidade dos carros.

Aproxima-se o acesso à Imigrantes e, em consequência, está mais próximo o término da viagem, cuidadosamente planejada para sábado, uma vez que no domingo costuma ser invertido o sentido de direção da Imigrantes. Mas, surpresa! O acesso Rodoanel-Imigrantes está fechado – não se explica por que –, obrigando os carros a seguirem até a entrada para a perigosa Anchieta.

Após o pagamento do caríssimo pedágio e de driblar ônibus, caminhões e carretas fazendo ultrapassagens e congestionando a pista da esquerda – expondo motoristas e passageiros a assaltos –, a Baixada está à espera, também com sol de boas-vindas. Chegada a salvo, nem tão rápida, nem tão tranquila. Não seria melhor se os imprevistos fossem previstos e evitados?