quarta-feira, 28 de março de 2012

Chico e Millôr

Parece que os Céus andam muito tristes com as mazelas deste nosso Planeta. Tanto, que levaram para lá dois dos nossos grandes nomes do humor: Chico Anysio e Millôr Fernandes. Chico, dono de um humor inteligente, fez rir e pensar com seus múltiplos personagens, criticando da maneira mais eficiente: através do riso.
Nunca precisou apelar para o baixo nível ou para o palavrão gratuito. Sua vocação para o humor era fina, instigante, fácil de entender. Em poucas palavras, Chico era engraçado, atingia todas as camadas de público.
 Lutou bravamente contra a doença, não se entregou. Como não tinha medo da morte, brigou pela vida até o último instante. Tinha pena de deixá-la. Foi para o andar de cima contra a vontade, mas, com certeza, lá, continua fazendo o que sempre fez com maestria: fazer rir, tornando mais leves e alegres os corações.
Millôr, por sua vez, junta-se a Chico com suas observações inteligentes, muitas vezes críticas ácidas, tiradas capazes de fazer pensar, antes de rir. Deixa uma obra múltipla, que inclui traduções de textos clássicos, roteiros teatrais e cinematográficos, desenhos, contos, poesias e outras expressões literárias e artísticas.
Mas, para o grande público, será sempre lembrado pelo humor. Até ao expressar seus posicionamentos políticos, sabia fazer rir com inteligência. Dizia que a vida começa quando se entende quão curta ela é. A dele foi longa, não apenas porque Millôr a entendeu, como porque vai perdurar em sua obra.
Junto com Chico Anysio, ele forma uma dupla imbatível, capaz de levantar o astral dos Planos Superiores, muito provavelmente afetado pelo ódio, crimes, corrupção, guerras e todo o tipo de desatinos do ser humano.