terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Manter o debate

Olá. Aí vai artigo publicado no jornal “A Tribuna”, aqui de Santos, na seção “Tribuna Livre”, edição de domingo, dia 20/02. Aproveitei alguma coisa do blog e resumi meu pensamento a respeito do tema. Espero que gostem. E comentem, contra ou a favor. O importante é não deixar o assunto morrer.

Tirar a fantasia

antes que chova

“Não esperaremos as próximas chuvas para chorar as próximas vítimas”. Com essa frase de efeito, dita na primeira sessão legislativa do ano, do Congresso Nacional, a presidente Dilma Roussef não só resumiu sua disposição de ajudar a solucionar um dos mais graves problemas brasileiros, como descreveu o que a população espera da ação do Governo: não ficar apenas na frase de efeito. Se a disposição da presidente vai se concretizar ou não, só daqui a algum tempo saberemos.

Dilma alertou que nenhum país é imune às tragédias naturais, cabendo aos governos e populações se precaverem e agirem para evitar consequências irremediáveis. Enfim, se posicionou como deveria. Aguardemos, agora, as ações concretas. Mas, não nos esqueçamos de que vivemos em um País chamado Brasil, onde a corrupção continua a seduzir pessoas de todas as camadas sociais, culturais e econômicas!

O excesso de chuva na região serrana do Rio de Janeiro, logo após as festas de fim de ano, provocou a catástrofe das enchentes, desabamentos, soterramentos, perda de vidas humanas e de bens materiais. E não foi só o Rio a sofrer; São Paulo e outros Estados passaram por situações semelhantes. De crianças a adultos e idosos, a natureza não poupou quem se atreveu a cruzar seu caminho. Quem pôde, ajudou de várias maneiras, com mantimentos, dinheiro, trabalho voluntário e até apoio psicológico. Os governantes também se apressaram a anunciar liberação de verbas e outras iniciativas.

Mas será que tudo isso não podia ser, se não totalmente evitado, pelo menos muito reduzido? Se todos sabemos que verão, no Brasil, é tempo muita chuva, não poderíamos manter um plano de prevenção e emergência?
Se estivéssemos atentos às previsões meteorológicas; se contássemos com estações e meteorologistas bem equipados; se não jogássemos lixo fora do lugar a ele destinado; se não tivéssemos expulsado a natureza de nossas encostas e morros para nelas erguermos casas e casebres; se tivéssemos planos eficientes de defesa civil; se verbas oficiais tivessem sido corretamente utilizadas; se não houvesse tanta demagogia e barganha de votos...
Para piorar, no meio da tragédia, apareceram "espertos" a desviar donativos; políticos mal intencionados; marginais roubando o que restara às vítimas. Lamentavelmente, hoje, ainda choramos mortos e contamos prejuízos. Mas, e depois? Aos poucos, outras notícias, outras tragédias irão tomando conta dos noticiários. Devagarzinho, novas casinhas irão surgindo no solo já seco das encostas desmoronadas; lentamente, bens materiais serão repostos, com suor e sacrifício; animais de estimação perdidos encontrarão novos donos; as crianças voltarão a brincar e sorrir, porque é de sua natureza; os pesadelos não serão mais tão recorrentes; os mortos não serão mais tão lamentados.

E a vida prosseguirá triunfante neste País tropical. Afinal, o Carnaval está chegando. Nem incêndios, nem apagões, nem inundações terão o poder de prejudicá-lo. Já é quase tempo de esquecer tudo e vestir a fantasia para cair no samba. Tomara que dê tempo de tirá-la antes que cheguem o próximo verão, as próximas chuvas e as novas tragédias.

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segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Muitos aplausos para Ronaldo

E nosso "gordinho" despediu-se do futebol! O adeus de Ronaldo aos gramados - pelo menos, em partidas oficiais de futebol - foi cercado de emoção, a começar pelo próprio atleta, que não conseguiu esconder as lágrimas. E teve um elemento surpresa: a revelação do hipotireoidismo do jogador, segundo ele próprio, a causa de sua impossibilidade de perder peso.
Realmente, Ronaldo deve ter vivido um drama: vontade e habilidade de jogar, comprometidas por falta de mobilidade resultante do excesso de peso. Uma pena! Ronaldo foi, no futebol recente, um verdadeiro Fenômeno, capaz de encantar multidões com suas jogadas e gols geniais. Recebeu homenagens em todo o mundo e deve receber ainda mais, todas justíssimas.
Pena que, no Brasil, tenha recebido, nos últimos dias de sua carreira profissional, uma "homenagem" tão mal-educada e violenta. As críticas e ameaças de parte da torcida de seu clube foram uma perfeita expressão do baixíssimo nível cultural da população brasileira, assim como do fanatismo levado ao extremo, capaz até de gerar violência.
Uma pena mesmo! A mídia nacional deveria exaltar muito quem elevou o nome do Brasil, por diversas vezes, ao Olimpo das grandes conquistas, É isso o que interessa, e não fatos de sua vida particular ou suas fraquezas. Porque, no final, Ronaldo é um homem de bem e um atleta excepcional. Aplausos, e muitos! Homenagens, várias, e que sejam sinceras e espetaculares, à altura do Fenômeno.!