segunda-feira, 8 de setembro de 2014

João Vitor - 3 anos


             Batem relógios! Batem corações!

 

 

“Tum...tum...tum...tum!...Tum...tum...tum...tum...!”  Você olha para mim, sorri e continua a cantarolar alegremente, imitando as batidas do “relógio do vovô”. Depois, silêncio, suspense: o relógio vai tocar de verdade, você quer ouvir, se encantar com o toque-carrilhão. Marca as badaladas com seus dedinhos, e o som termina.

         Em sua ingenuidade, que acredita ser a vovó capaz de satisfazer todos os seus desejos, você pede: “mais lelógio”. E me dá aquele profundo olhar azul brilhante, capaz de derreter as pedras, se elas tivessem coração. Mas, eu tenho! Um coração que só quer ver o seu sorriso, a sua incontida alegria com uma coisa tão simples quanto os toques de um relógio.

         Então, aviso: “Vamos correr para a sala, o outro relógio vai tocar”. Você sai correndo alegremente na minha frente, e chegamos à sala a tempo de ouvir os solenes toques do outro carrilhão. Você olha encantado. E eu, interiormente, agradeço por ter dois “lelógios” em casa. Quando já me preparo para irmos brincar com outra coisa, você diz: “mais lelógio”. E eu explico que vai demorar a tocar de novo. “É...?”  É, sim.”  Você se conforma, mas logo voltamos para perto do primeiro relógio, a esperar  que ele torne a tocar.

         João Vitor, você não imagina como são mágicos esses momentos, e os muitos outros que vivencio com você! Nestes três anos de sua linda existência, as emoções foram tantas e tão profundas, que é difícil colocá-las em palavras. Você cresce em graça e inteligência, e eu cada vez mais agradeço ao Ser Maior esta alegria de ser sua “vovó Ana”.

Sua personalidade começa a se delinear com mais clareza, e nós todos – papais, vovós, amigos – nos apaixonamos ainda mais por você. Sua vontade mais firme, suas surpreendentes decisões, sua paixão por carros (de verdade e de brinquedo), seu encantador ”beicinho” quando contrariado, seu delicioso gosto pelo som e pelo ritmo, tudo vai-se tornando mais marcante.

É você indo ao encontro da vida, preparando-se lenta, mas seguramente, para o mundo. Você corre para perto de seu irmãozinho quando ele chora, já tem inúmeras atividades na escola, conhece os números e sabe contá-los (imagine!), entende quando os papais lhe apontam o certo e o errado. 

Mas, principalmente, você sorri! De um modo tão especial e fascinante, que é impossível lhe resistir. É o sorriso de um pequeno ser feliz. De alguém muito amado, que ainda ontem era um lindo bebê recém-nascido e hoje é (continua!) um lindo menino de três anos. São três incríveis anos que revolucionaram a nossa existência. Três anos em que vivenciamos um amor que só os avós conhecem.

E, por ser um amor correspondido, torna-se ainda mais poderoso. Capaz de afastar nuvens do claro horizonte de sua vida, que, sabemos, será sempre pautada pela retidão e por sua enorme capacidade de amar. Aquele mesmo amor que vejo em seus olhinhos, quando você quer brincar e pega em minha mão, dizendo com simplicidade: “Vem, vovó!”