quarta-feira, 11 de setembro de 2019

João Vitor - 8 anos


                                            


                              O craque João

                                                           



Quando, há exatos oito anos, conheci você, um lindo bebê aconchegado à sua mamãe, e meus olhos se encheram de lágrimas de avó emocionada, era muito difícil imaginá-lo como é hoje, João Vitor, um garoto inteligente e esperto, ativo, que adora uma brincadeira e que – avó pode falar! – continua lindo.

       Você conquista as pessoas, crianças e adultos, e tem muitos amigos. É alegre, adora uma brincadeira de moleque, mas também demonstra sensibilidade, não esconde sentimentos. Na música, esse aspecto de sua personalidade aflora. Você canta, muito sério e afinado, as músicas de sua playlist de alta qualidade (influência do papai e da mamãe). Sua expressão facial, rara em um menino de sua idade, indica o quanto você se envolve com a canção e fica feliz quando a pequena plateia doméstica presta atenção e aplaude.

Rodeado pelo amor da mamãe, do papai e do irmão Luiz Felipe, cresce e se desenvolve rapidamente, retribuindo com seu jeito de menino o amor que recebe. Amor, aliás, que se estende aos vovós, familiares e amigos. Para nós, você e o Tite são personagens marcantes na história de nossas vidas. Aqueles que, mesmo quando fisicamente ausentes, estão ali, bem juntinho a nós, em nosso pensamento, revivendo momentos e brincadeiras inesquecíveis.

E o futebol? Ah! o futebol!... Suas atividades são diversas, da escola e lições de casa à natação e capoeira, passando pelas aulas de inglês e teatro, corridas e brincadeiras com os amigos, mas o futebol tem um lugar especial. O fascínio da bola rolando o alcançou, e qualquer lugar pode virar um “campinho”: a área onde você joga e aprende as regras desse esporte (até medalha já ganhou!), a quadra do prédio, a praia (quando vai à casa dos vovós Janne e Santiago) e, em dias de chuva,  até o corredor do apartamento dos vovós Ana e Paulo.

Além dos amigos, qualquer pessoa da família serve para parceiro de “pelada”. Mamãe pode ser craque, mas papai, vovós Janne, Santiago e Paulo também são “escalados”, e até esta vovó Ana já foi goleira! O que você não sabe é o orgulho do palmeirense vovô Paulo – que também já foi craque – de vê-lo jogar. E, torcer para o time do coração!

Em viagem a hotel-fazenda, não perdeu um dia de futebol, participou de todas as atividades, da piscina e pescaria ao passeio a cavalo, mas o que mais o empolgou foram as bicicletas. Curtiu tudo e até participou, com o Tite, da “encenação” das crianças, organizada pelos monitores, na última noite da temporada. E o melhor: apesar de, antes, dizerem que não queriam participar, ambos se divertiram e se saíram muito bem! Ganharam até as miniaturas dos carros que queriam: você, o Santa Fé (finalmente! custou para encontrar!) e o Luiz Felipe, um carro de polícia, claro!

Quando você vai a Serra Negra, às vezes passa na casa das tias Antonia e Nilde, deixando-as muito felizes. Elas dizem que você é um lorde e o Tite, um serelepe, mas logo você se encarrega de mostrar que é tão serelepe quanto ele, correndo pela casa e “aprontando” nas redes de balanço da varanda.

Em Serra Negra, programa imperdível dos dois é disputar corrida na praça, andar nos carrinhos e no trenzinho. E – não pode faltar! – tomar sorvete na sorveteria do fundo da praça. Agora, que estão maiores, acrescentou-se um novo programa: subir de teleférico até a estátua do Cristo. No colo da mamãe e do papai, claro, que essa “aventura” é nova e o teleférico, muito alto!

Mas você, João Vitor, apesar de conservar esse aspecto criança, começa a amadurecer de um jeito que, às vezes, me pega de surpresa: na escola, fenômenos da natureza foram temas de discussão, e você quis saber depois, de Memê Rosário e Pepê Philippe, como é viver em um lugar onde há vulcões e podem ocorrer terremotos. Foi um papo sério, de gente grande, e, no final, você ficou tranquilo com a garantia de que em nosso País, apesar dos muitos problemas, esses não nos afetam.

Já demonstra interesse por jogos de números e raciocínio – adora Banco Imobiliário! – e gosta de ver prédios bonitos, se possível, conhecendo os apartamentos em exposição. Um dia, fomos, vovós Janne e Ana, além do Tite, conhecer por dentro um edifício que você sempre achou bonito. Na saída, em sua adorável ingenuidade, declarou: “Quando eu crescer, vou comprar um apartamento aqui”!

Será que a arquitetura está no sangue, como vovô Santi? E será que “puxou” ao vovô Paulo, quando para nas vitrines para apreciar os relógios de pulso e até pede informações à vendedora? Que, aliás, o olha um pouco espantada, mas não se furta a responder às suas perguntas!

Você é assim, meu querido João. Quando está conversando, pergunta o significado de todas as palavras que não conhece, e não se contenta com um simples sinônimo, quer entender o significado total. E quando você deseja alguma coisa que lhe é negada, utiliza todos os argumentos e explicações, na tentativa de convencer mamãe ou papai, até chegar ao “porque sim!” ou “porque não!” Nem sempre dá certo!

Nesse caminho de descoberta do mundo, um dia eu lhe explicava como as atitudes positivas dão melhor resultado do que as negativas. Você ouviu atentamente, até concordou, mas tinha uma pergunta: “E onde você aprendeu isso, vovó?”

Essa criança esperta e adorável é você. Como toda criança, leva bronca da mamãe e do papai, quando preciso. Mas ganha deles, também, muitos beijos e abraços. Mamãe continua sinônimo de amor, refúgio e muitas brincadeiras. Papai, igualmente, é amor, exemplo e diversão. Com o Tite, como é natural, brinca, briga e às vezes assume a postura de irmão mais velho. Mas demonstra seu carinho em detalhes, como quando lhe perguntaram para quem ia a primeira fatia de um bolo. E você, rapidamente e acentuando o “meu”: “Para meu irmão!”

Meu amor por você, João Vitor, e seu irmão, é imensurável. Por isso, é muito grande a minha felicidade quando estou conversando por telefone com a mamãe e ela diz: “O João quer falar com você”. E ouço a sua voz, deliciosamente criança, dizendo “Oi, vovó!” É então que mato saudades, sinto você mais perto e peço aos Céus que continuem lhe protegendo pelos caminhos do amor, da retidão e da felicidade!