Divertido e decidido
Eu faço a tradicional pergunta: “Quem
vai escovar os dentes primeiro?” E você, que já está alerta, esperando por ela,
responde antes que eu termine de falar: “O João!” E a cena se repete sempre que
você e seu irmão vêm dormir em casa, antes de irem para a cama. É claro que o
João Vitor também responde rápido: “O Tite!”
Mas, aí, já
foi: você, com sua carinha de sapeca, retruca: “Eu falei primeiro!” E começa
uma “briga” – porque os dois querem aproveitar mais uns minutinhos no tablet –
que, geralmente, acaba com ambos no banheiro, escovando os dentes ao mesmo
tempo. É assim, Luiz Felipe, nosso Tite, que vocês crescem juntos, unidos e
amigos, o que não impede discordâncias e alguns “entreveros”.
Você chega
aos 8 anos e continua sendo, junto com o João Vitor, a nossa alegria. Quantas
vezes nos lembramos de você, em situações divertidas, e lá vem o comentário meu
ou do vovô Paulo: “Ah, se o Tite estivesse aqui...” E nos pomos a rir,
imaginando sua reação e as histórias que contaria.
É que você
usa termos e expressões que muitos adultos não usam. Tudo com espontaneidade,
sem afetação. Irrequieto e alegre, como sempre foi, adora brincar com seu irmão
e até faz algumas vontades dele na hora de escolher a brincadeira. Mas em uma
“corrida” de Fórmula 1, correndo pelos corredores de sua casa, quando viu o
“troféu” que o João havia escolhido para você entre os objetos da sala de
brinquedos, não se aguentou: “Troféu de plástico, João? Assim não dá!...”
Mas tem
muitas coisas que você leva a sério, entre elas, tocar bateria. Você gosta da
aula de música e faz questão de que as pessoas o assistam quando toca em casa. Certa
vez, me fez até colocar os fones de ouvido para ouvir melhor seu ritmo. E ficou
todo orgulhoso com os elogios.
Vovô Santi
continua encarregado de construir Monsters Jam com caixas de madeira e papelão.
Você fica tão encantado porque são tão parecidos com os originais, que já teve até
um “Tite Jam”. Vovó Janne ajuda a separar a “matéria-prima” para os “veículos”,
só para ver o seu sorriso quando mais um Monster Jam se junta à coleção.
As maquetes,
casas e prédios também não podem faltar. E você já sabe construir muitas peças,
como a casa com garagem e árvores, que criou na casa da vovó Janne, auxiliado
pelo papai. Depois, veio todo orgulhoso mostrar o trabalho e perguntou, com seu
jeitinho especial, para a mamãe: “Posso levar para casa?” Quando recebeu um
sim, não cabia em si de contente.
Quando você
e João vão dormir na casa dos vovós Janne e Santi ou Ana e Paulo, é uma festa.
Principalmente para os vovós! Mas vocês gostam muito dessas noites diferentes,
quando podem ir dormir um pouco mais tarde, brincar e usar os tablets. Trazem
de casa, cada um, um bichinho de pano, que lhes faz companhia na hora de ir
dormir. Em uma dessas noites, na casa da vovó Ana, você se lembrou do gatinho:
“Mamãe não pôs na mochila? Então, liga pra ela trazer.” Isso às 11 horas da noite, depois de você ter
“enrolado” muito para ir dormir!
Nas chegadas
e despedidas, ainda gosta que, no abraço, vovó Ana o levante um pouco do chão.
E se diverte quando a vovó diz: “Você, eu ainda posso levantar, mas o João não
dá mais, está muito grande!”
Um dia, vieram os dois almoçar na casa da vovó.
Tinham horário apertado: chegar, lavar as mãos e sentar para almoçar porque, em
menos de uma hora, vovós iam levá-los para outros compromissos. Você tinha que
estar no horário certo, na aula de bateria. Não havia tempo para brincar, mas
até hoje não descobri em que momento você conseguiu abrir a caixa de brinquedos
e espalhar as peças do Lego – que continua sendo uma de suas paixões – em cima
da cama!...
Assim como
vovô Paulo também não sabe como você conseguiu levar uma miniatura de Monster
Jam para a aula de música sem que ele visse. Depois, vovô ficou aborrecido, achando
que você tinha perdido o brinquedo de que você gosta tanto, mas nem assim você
contou a “arte”. Aliás, foi indo para a aula de bateria que eu e vovô
descobrimos que uma das baquetas não estava no porta-luvas do carro, onde eu
tinha certeza de que havia posto. “Mas eu coloquei aí!”, me defendi. Não
adiantou: a primeira coisa que você falou, rindo, para a mamãe, quando ela foi buscá-lo,
foi: “Sabe que a vovó Ana perdeu uma baqueta dentro do carro?!” Em tempo: a
baqueta estava onde eu tinha colocado!
Vai muito
bem na natação – já faz 50 metros na raia – e sua criatividade continua se
revelando principalmente no desenho e na escolha de cores fortes, tanto que
essa é uma das aulas preferidas na escola. Tem notas boas, estuda em casa junto
com a mamãe e é uma surpresa na cozinha: já sabe cozinhar feijão, também sob a
supervisão da mamãe, e conta direitinho quais as várias “etapas” para o prato
ficar pronto.
Assim como seu irmão, fica ansioso para que o
papai termine logo de trabalhar e saia do escritório para ficar com vocês. O
amor, o carinho e as “correções de rota” de mamãe e papai vão transformando vocês
em seres fortes e íntegros, capazes de caminhar pela vida com retidão.
Suas reações
e comentários, Tite, já demonstram sua inteligência e lógica. Como quando você
me perguntou como eu tinha caído na rua. Eu expliquei, e você quis saber onde
estava o vovô. Contei que ele caminhava um pouco mais à frente, e você se saiu
com esta: “Você devia ter caído em cima dele. Sim, porque, praticamente, ele é
uma almofada!”, referindo-se ao tamanho grande do vovô Paulo.
Quando os
quatro vovós se reúnem em sua casa, para almoçar ou jantar, sua expectativa é
grande. Em uma noite de jantar, você organizou durante a tarde, junto com o
João, uma “caça ao tesouro”, com pistas escritas em pedacinhos de papel
espalhados pela casa. Após o jantar, os vovós foram convidados a participar da
brincadeira e se divertiram muito com as pistas escritas nos papeizinhos. No
final, com a ajuda do papai, chegamos ao tesouro: uma caixa com alguns
chocolates dentro. Você ofereceu o chocolate aos participantes da “caça ao
tesouro” e quando agradecemos e recusamos, você, com seu jeito maroto, sorriu e
se explicou: “Não é para comer mesmo, é só para fazer de conta.”
Em outra
noite, estávamos sentados à mesa para jantar, e mamãe chamou você e João para
comerem. Você chegou na sala e, notando que estávamos com roupas um pouco mais
arrumadas, perguntou gesticulando e usando um pouco de ironia: “Alguém aqui
está fazendo aniversário?”
É assim,
Tite, meu amado netinho, que chegamos aos seus 8 anos. Você continua a criança
alegre, divertida, decidida, que não gosta de esperar para resolver as coisas.
Seus comentários inteligentes nos deixam, muitas vezes, sem resposta. A mamãe
continua sendo porto seguro, para quem você primeiro corre quando precisa de
abrigo e carinho. O papai é o amigo carinhoso com quem você pode contar e
brincar. O irmão João Vitor é o companheiro constante de corridas, brincadeiras
e “aprontações”. Os amigos – você tem muitos na escola – requerem sempre sua
presença.
Vovós Janne,
Santi e Paulo têm você e seu irmão sempre no coração, assim como esta vovó Ana,
que não deixa passar um dia sem se lembrar de vocês e pedir ao Ser Maior que os
proteja. Meu desejo neste seu aniversário é que você trilhe sempre os caminhos
retos, vencendo obstáculos com sua dedicação e tenacidade e tendo no amor de
seus pais, sua família e amigos, uma luz a iluminá-lo. Da mesma forma que você
é uma luz em nossos caminhos!