quarta-feira, 28 de abril de 2021

Luiz Felipe - sete anos

 

                 Sinônimo de Alegria

 

“Vovó, se você quiser ver de novo meu desenho, está em cima do piano”. E você sai correndo (como sempre!) todo orgulhoso. É o Luiz Felipe em seus sete anos, revelando seu dom e sua felicidade com a arte de desenhar. Aos poucos, a facilidade para o desenho e para a cor foram-se impondo e, agora, se deixarem, você desenha o dia inteiro. E das folhas em branco, dos lápis e canetas e, principalmente, das suas mãozinhas, vão surgindo carros, monsters trucks e pistas de Monster Jam, piratas e suas caveiras, enfim, todos temas “relaxantes”...

Mas você tem muitas outras habilidades, como montar, desmontar e refazer objetos (principalmente carros e caminhões, claro!) com peças do Lego, em uma velocidade surpreendente, sem esquecer até mesmo das peças bem pequenas. Quando é muito difícil, tem ajuda de uma assistente muito especial, a mamãe, que, com paciência, vai encaixando o que falta. Papai, às vezes, também ajuda, mas, para ele, fica sempre reservada a parte “Quebrou? Descolou? Papai arruma”! Aliás, nisso você é igualzinho ao seu irmão João Vitor. Quando alguma coisa precisa ser consertada, a esperança é o papai: ele dá um jeito!

Este é só um recorte da vida em sua linda família. Há os momentos bons e alegres, há o tempo de estudar, o tempo de lazer, o tempo do tablet, da leitura, há as teimosias, as correrias, gritarias e broncas, como em qualquer família. E há também muito amor e carinho, brincadeiras e alegria. Seu espírito brincalhão é evidente, você gosta de dar sustos, de contar histórias usando sua fértil imaginação.

Tem resposta para tudo, explicando nos mínimos detalhes e usando muitos gestos. Sinônimos de Tite são alegria e movimento. Dia desse, vovó comentou: “Você está cansadinho, né? Precisa descansar, dormir”. E você, que não tinha a menor intenção de ir para a cama, olhou para mim, abriu bem seus olhos e declarou: “Não estou cansado! Olha como meus olhos estão abertos”!

Como o papai, gosta de música e de tocar bateria. Você tem ritmo, gestos precisos, algumas vezes até parece um baterista com longa experiência. A “banda” formada por você, papai e João é sempre muito aplaudida pelos “fãmiliares”! É carinhoso, mas voluntarioso. Fica bravo com vovô Paulo, que muitas vezes reclama de suas correrias pela casa e pulos no sofá. Então, junto com João, inventou um apelido para o vovô: “Você é o vovô Reclamão”!... Mas, brincar de dar susto no vovô, continua sendo uma constante, provocando boas risadas.

Como quando você veio com aquela carinha de sapeca, todo risonho, me segredar: “Eu pus uma porção de tampinhas no alto da escada para o vovô pisar e levar um susto”. E saiu aos pulinhos, encantado com a própria “arte”. Mas também sabe pedir, todo dengoso: “Vovô, pode mudar o canal da TV para eu assistir meu desenho”?

E esse dengo você distribui para mamãe, papai, João e vovós. Na casa da vovó Janne e do vovô Santiago, uma brincadeira constante, junto com seu irmão, é o supermercado, ocasião em que a despensa da vovó Janne fica devidamente repaginada, para vocês poderem montar o “supermercado”. Vovô Santi é sempre requisitado para fazer um desenho de carro para você pintar, ou para “fabricar” um carro com papelão, o que ele faz com prazer. 

Um dia você foi buscar “língua de gato” no armário do vovô Paulo. Tinha só três e você não teve dúvidas: “Posso comer uma, o João, outra e partir a outra ao meio, um pedaço pra cada um”? Sempre pergunta para o irmão, quando está comendo algumas coisa gostosa: “Você quer, João?” E, apesar das brigas comuns entre irmãos, esse carinho transparece em várias ocasiões, como quando, no Natal, fez um desenho “para meu irmão João” – como você contou no meu ouvido – para colocar na Árvore.

 No aniversário do João, fez um livro para ele, com formas geométricas, colorido e caprichado. Nesse dia, sua personalidade se revelou mais uma vez, quando mamãe, não encontrando o livro, perguntou: “Tite, onde está”? E você, do alto dos seus seis anos: “Não é responsabilidade minha saber onde está o livro que eu fiz para o João com todo o amor e carinho”! Aliás, a colocação dos tempos verbais em suas frases surpreende. Disputando corrida de carrinhos com o João, se saiu com esta: “Se ele não tivesse me espremido, eu teria ganho fácil”.

 As coisas da casa também lhe interessam, como quando vovó se queixou de que o forno elétrico estava com defeito. Você foi até o aparelho e me “explicou” como aumentar e diminuir a temperatura: “Tem que pôr o botão no amarelo. Se puser no vermelho, vai queimar tudo mesmo. E, pra consertar, manda para São Paulo. Em Santos, você não consegue”. E ainda foi conferir se os demais aparelhos da cozinha estavam funcionando direito... Depois, pegou a cola que usa na escola e foi “consertar” o revestimento de um móvel, que estava descascando.

Com a mamãe, é um “grudinho”, como ela diz. Neste tempo de pandemia, é ela quem assiste aula on line junto com você, para lhe ajudar a manter a atenção. Quer sempre estar perto dela, presta atenção no que ela fala, a ponto de ficar preocupado, por exemplo, com o prazo de validade dos alimentos, da mesma maneira que ela. Quando foi resolvido que a churrasqueira da vovó Ana e do vovô Paulo voltaria a funcionar, após muito tempo inativa, você disparou: “Aposto que os espetos estão fora da validade”! Mas mamãe e papai também precisam brigar quando você “apronta”, o que é constante, pela sua própria natureza irrequieta. Aí, você aceita o que eles falam, como quando se queixou: “Está faltando um pouco de sal no macarrão, mas a mamãe não deixa pôr muito”.

Assim você vai crescendo, Tite, e se revelando. Sabe muito bem desfrutar do amor, da atenção e das brincadeiras do papai e da mamãe. Sua presença é a alegria de um ambiente. A não ser quando resolve falar de Monster Jam e fica uma porção de tempo explicando manobras radicais e citando nomes de carros e pilotos preferidos. Vovó até comentou um dia, após você e João terem “construído”, com o Lego, duas torres muito altas: “Acho que vocês vão ser construtores, vão ser os “Irmãos à Obra”, referindo-me ao programa de TV. E você, na mesma hora: “Acho que não vai rolar... Eu vou ser construtor de Monster Jam!”

Dá para não ficar encantada com você, sua inteligência, raciocínio, respostas rápidas, atitudes decididas”? Você, Luiz Felipe, é o nosso Tite, amor da família e dos amigos próximos. Que você conserve essa alegria por toda a vida, que sua luz brilhe sempre, aquecendo e iluminando pessoas e ambientes. Que a Luz Maior esteja ao seu lado, para que você possa fazer muitos “Tim-Tins” do jeito que você gosta, batendo com seu copo nos copos de cada pessoa presente, comemorando a Vida e o Amor!