quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Caos anunciado

Prevalesceu o bom senso e o há muito anunciado não se concretizou. Ainda bem! Seria sofrido demais suportar o caos no transporte aéreo de passageiros às vésperas do Natal, o dia mais movimentado do ano no setor. O Sindicato dos Aeroviários suspendeu a greve que resultaria em aeronautas e aeroviários de braços cruzados. E em aviões parados no chão, enquanto passageiros se degladiariam nos balcões dos aeroportos, dormiriam no chão, protestariam com veemência, sem nada adiantar.
O Sindicato percebeu que a greve, neste momento, seria contraproducente, acarretando antipatias para sua causa. De qualquer forma, é importante denunciar que as negociações entre Sindicato e companhias aéreas já duram mais de 80 dias, acompanhadas pelo Ministério Público do Trabalho, que também não apresentou solução. Ressalva:pelo menos, agora, o MP tomou uma atitude para proteger os passageitros, ao ameaçar o Sindicato de pesadas multas, se, em caso de greve, não fossem mantidos no trabalho 80% dos trabalhadores. A Anac, por sua vez, apenas garante que os direitos dos passageiros serão respeitados, mas alguém pode me dizer de que maneira vai conseguir isso se houver greve?
O pior é que, segundo o Sindicato, a categoria não reivindica apenas melhores salários, mas também melhores condições de trabalho, já que a jornada de seis horas determinada por lei, ao que tudo indica, se estende por muito mais horas, pondo em risco a saúde do trabalhador e a segurança do passageiro.
Se e quando a greve se concretizar, já sabemos o resultado: raiva, frustração de quem pretende e precisa viajar, mídia agitada na cobertura do caos. O mesmo caos dos aeroportos europeus, só que, lá, provocado por condições climáticas inevitáveis. E aqui, não haverá tempo, ainda, de se fazer alguma coisa para evitar o caos anunciado?

Um comentário:

Taís Augusto disse...

É mesmo um País sem responsabilidade. De todos: cidadãos, trabalhadores, sindicalistas e principalmente, governo. Muito bom o comentário

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