No Irã, como o mundo todo já sabe, uma jovem mulher corre o risco de ser morta a pedradas, acusada de ter traído o marido. No Afeganistão, uma menina de 18 anos teve o nariz e as orelhas decepadas, a mando de outro ridículo tribunal religioso, porque tentou fugir das garras do marido e da família do marido, que a maltratavam.
Maridos? Ou donos de escravas? Não é assim que funcionam essas sociedades fundamentalistas, regidas por regras selvagens? O chamado mundo civilizado sabe, grandes juristas sabem, devotos e sacerdotes de religiões ocidentais sabem. Escandalizam-se, horrorizam-se. Mas, e as atitudes? E os governos com um mínimo de respeito pelos direitos e pela dignidade humanos?
Faltam iniciativas. Duras. Não dá para convencer religioso fanáticos, travestidos de juízes e governantes, de que estão indo contra os mais elementares princípios de justiça e piedade. Para eles, mulheres são gado. Feitas para servi-los, obedecê-los e levar vidas miseráveis. Pior do que condenadas nas mais odiosas prisões.
A iraniana e a afegã são apenas dois exemplos das barbárie perpetrada contra as mulheres nessas sociedades que remontam à Idade da Pedra. Religião é a desculpa para todos esses crimes. E ninguém consegue fazer nada para minorar o sofrimento dessas vítimas da ignorância.
No caso da afegã, que conseguiu escapar para o Ocidente - ou seria condenada à morte em seu país - uma reconstrução de face e orelhas vai ser realizada nos EUA. Provavelmente, com final feliz. E as outras mulheres debaixo das burkas? Seviciadas por maridos e famílias de maridos, na verdade, arremedos de seres humanos?
Não dá para dizer, como nosso presidente, que isso é problema dos outros países, costumes diferentes de sociedades diferentes da nossa. É tão absurda essa posição, que ele mesmo voltou atrás, para corrigi-la. Mas, apenas porque o clamor da opinião pública foi grande. Enquanto pensarmos dessa maneira, enquanto fizermos nosso débil protesto, acreditando que estamos cumprindo com nossa obrigação, e depois nos esquecermos dessas pobres mulheres subjugadas pela mais cruel lei que se diz religiosa, tudo permanecerá como está.
Não podemos nos calar, temos que voltar e voltar e voltar aos protestos. Temos que exigir atitudes dos governos ocidentais e dos orientais que respeitam a dignidade humana. Temos que transformar nossa indignação em melhorias concretas das vidas desses seres humanos vistos por suas sociedades fundamentalistas e preconceituosas como criaturas inferiores aos animais. Basta!
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