quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Campanha contra "trotes"

Novo reforço na luta contra os chamados "trotes" com que veteranos recebem calouros nas universidades: a OAB-São Paulo inicia campanha comandada por Fábio Romeu Canton Filho, o presidente da Caasp (Caixa de Assistência dos Advogados de São Paulo) para acabar com os trotes violentos que, a cada ano, fazem jovens vítimas em todo o País, algumas fatais.

É muito bom saber que, aos poucos, a sociedade organizada e responsável vai tomando posição e lutando contra esse verdadeiro crime cometido aos olhos de quem quiser ver. A iniciativa da OAB originou-se da sanha de veteranos da cidade de Barretos, que jogaram sobre os calouros um produto líquido cuja consequência foram queimaduras graves em vários jovens.

E não me venham com pseudo justificativas do tipo "excessos acontecem, mas o trote é uma maneira de descontrair e enturmar o calouro". Mentira! Ninguém gosta de ser humilhado, submetido a situações embaraçosas, ter o cabelo cortado, sair pela rua pintado como um espantalho e ainda ter que pedir esmola nos cruzamentos. Perguntem a todos que, algum dia, foram calouros, se gostaram do trote. Se a resposta for sincera, poucos, pouquíssimos responderão afirmativamente. E ainda acrescentarão que tiveram "sorte" em ter sido só isso, pois poderiam ter saído dessa "brincadeira" ignorante com graves sequelas e, até, sem vida.

Portanto, palmas para a OAB-São Paulo, palmas para o advogado Canton Filho, palmas para quem se dispõe a contribuir para que o trote seja extinto ou transformado em campanhas sociais e humanitárias. Aliás, a própria palavra "trote" é humilhante. Por acaso será burro quem estudou muito, conseguiu entrar em uma universidade e vencer o vestibular (em muitos casos dificílimo)?

Os veteranos que, em anos anteriores, sofreram trote não podem usar isso como desculpa para aplicá-lo aos outros. Se fosse assim, quem foi roubado, espoliado, estuprado ou teve parente assassinado teria o direito de descontar sua ira e frustração em outras pessoas, fazendo o mesmo com elas. Ou o trote não é crime? Para mim, que não conheço legislação, mas sei dos sentimentos humanos, é. E hediondo!

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