Minecraft, “dengo” e abacate
E não é que você já está no 6º ano do Ensino Fundamental
2? Até ontem mesmo, quando eu ia buscar você na escola, ficava aguardando na
porta que chamassem o meu netinho, misturado com as crianças dos primeiros anos,
brincando e rindo no pátio enquanto esperavam a chegada dos responsáveis para
pegá-las. Agora, do lado de fora, vejo você entre pré-adolescentes, vivendo a
alegria própria da idade, mas já com postura diferente, parecendo dizer: “Olha,
eu cresci!”
Luiz Felipe, seu aniversário de 11
anos chegou e parece que ainda não me acostumei com a ideia de que você
cresceu. Aquele menino irrequieto, que para se deslocar de um cômodo para outro
da casa preferia correr a andar, continua a criança alegre e pronta para
“aprontar”, mas você está mais sossegado e olha as coisas e as situações sob um
ponto de vista que nos prova que você realmente está crescendo.
Claro que você continua sendo, junto
com seu irmão João Vitor, o grande amor da mamãe, do papai e dos vovós Ana,
Paulo, Janne e Santiago. Continua mantendo o “dengo” com a mamãe e sente falta
dela em algumas situações, como no acampamento deste ano, em que foi com a
escola. O que não o impediu de participar de todas as brincadeiras e passeios,
até andando sozinho de caiaque.
Na alimentação do dia a dia, fica
feliz quando tem abacate na sobremesa e também continua fã da uva Vitória.
Feijão não pode faltar, mas não dispensa um bife de frango grelhado ou à
milanesa. Ah, e a paixão pelo Minecraft, pelo Lego e pelos aviões caça
continua, assim como os desenhos inspirados em personagens que “copia” da
internet e faz com muita habilidade. Na escola de desenho e pintura, aprende a
técnica e demonstra criatividade, deixando vovós Janne e Santiago muito
orgulhosos, não fossem ambos artistas plásticos!
Se tiver tempinho sobrando e a mamãe
deixar, diverte-se jogando Minecraft no computador ou no celular e muitas vezes
disputa com o João o privilégio de assistir ao que gosta na televisão.
Recentemente, foi ver “Um Filme Minecraft” no cinema. Mamãe e João estavam
junto e todos se divertiram com o programa. No esporte, você continua muito
feliz, jogando e treinando futebol na escola e, com os amigos, na academia do
shopping.
Uma tarde, vovós Ana e Paulo estavam
tomando cafezinho em uma loja do shopping e não viram você passar junto com os
amigos, rumo à arena de futebol. Mas você nos viu e veio todo alegre, com
aquela carinha de sapeca, dar um beijo nos dois. Como o celular da vovó estava
em cima da mesa, você já aproveitou, fez umas fotos nossas e foi juntar-se aos
amigos. Tudo isso em cinco minutos! Quando percebemos, você já tinha ido
embora!
Sim, o futebol é sua “praia”, mas não o deixem
no banco. Você vira “fera”, assim como em todas as vezes em que se sente
injustiçado. Protesta e reivindica seus direitos! Como seu irmão se dedica ao
tênis de mesa com afinco, está aprendendo bastante com ele sobre esse esporte.
João dá dicas importantes e diz que está treinando você. Na verdade, vocês
ficam contentes porque têm parceiro para jogar.
As aulas de bateria continuam
ocupando espaço importante em suas atividades e, no encerramento de 2024,
quando a escola de música se apresentou no Teatro Guarany, você voltou a fazer
sucesso – como no ano passado – tocando com papai (especialmente convidado) no
contrabaixo. João se apresentou na guitarra (com papai na bateria) e foi
igualmente muito aplaudido.
No hotel fazenda onde fomos todos –
você, papai, mamãe, João e os quatro vovós – comemorar seu aniversário, no ano
passado, foi assistir a um show de banda de rock, no teatro do hotel. Ficou
sentadinho ao lado do papai e da mamãe acompanhando atento as músicas e observando
os intérpretes. Quando eu brinquei que a banda ia lhe pedir uma “canja” na
bateria, você olhou para mim com aquele olhar de “só a vovó mesmo!”
Uma noite, no jantar no hotel, estava
conversando algum assunto muito importante com o papai, sentado ao lado dele.
Do prato do papai, que tinha ido buscar sopa no buffet, saía uma fumacinha, que
você abanava com as mãos, sem que ninguém pedisse e sem interromper a conversa.
Encerrado o assunto, você voltou a comer, em meio aos sorrisos de quem tinha
observado a cena!
No escorregador da piscina,
divertiu-se a valer, sozinho ou com a família. No fim do dia, estava exausto e
se queixava de dor de cabeça. Mas quando alguém falou que estava faltando uma
cadeira na mesa de refeições, não disse nada: levantou-se e foi buscar uma
cadeira em outra mesa. Problema resolvido!.
Depois do jantar e do show de rock, não quis
ir dormir. O dia seguinte era o do aniversário e você queria receber os
parabéns da mamãe, do papai e do João logo que desse meia-noite! No dia do
aniversário, teve bolo e velinhas, em meio às brincadeiras dos animadores do
hotel. Sua expressão era de pura alegria e o primeiro pedaço do bolo foi para o
João Vitor. Que ficou todo orgulhoso!
Você é assim, Tite: alegre, carinhoso
e decidido. Como quando, em meu aniversário, comemorado em sua casa, vendo-me
brincar com o João sobre quem estava mais alto, não teve dúvidas: puxou uma
cadeira, subiu nela e pediu para vovó Janne tirar uma foto; pronto, ficou mais
alto do que todos!
Almoço em família na casa da vovó
Ana. Você não quer sobremesa e eu, preocupada, vou atrás de você: “Você não
quer nem um chocolatinho?” E você, com seu sorriso maroto, me mostra os papeis
dos bombons que já havia ido buscar e comido. Em sua casa, eu chego e você está
com os controles do “gameplay” na mão, jogando. Dá um problema em um deles e
você: “Xiii!... Agora não posso mais jogar!”. Eu pergunto: “Tem conserto?” Você
sorri: “Claro! Papai faz uma gambiarra e volta a funcionar!”
Nas férias de julho do ano passado,
você foi viajar com a família para a região do Caribe, com direito até a furacão
que chegou adiantado! Você estava bem protegido no hotel, junto com
mamãe, papai e João, e não se perturbou. Passado o furacão, aproveitou todos os
passeios, mas nem é preciso dizer do que você gostou mais: o do autêntico barco
pirata. E usando os acessórios de pirata!
Claro que tem sobremesas que você
gosta e outras, que não. Entre as prediletas está o petit gâteau, que você
amassa bem amassadinho no prato para comer feito um creme. Vovô Paulo é o
primeiro a perguntar, no restaurante, se você quer petit gâteau. Você olha para
ele com aquela expressão de “claro!” e nem precisa responder.
Em compensação, você não gosta de
morango. Não come mesmo que insistam. Um dia, almoçando na casa da vovó Janne,
mamãe brincou, escondendo um morango no meio do seu sorvete. Mas você achou o
morango e se saiu com esta: “Eu não caio nessa, não!” É rápido nas respostas, autêntico. Para mim,
quando eu pedia ajuda a mamãe e papai para entender o funcionamento de um
equipamento no carro novo, não teve dúvidas: “Mas, vovó, a mamãe já não tinha
te ensinado isso?”
Às vezes as suas respostas são dadas
com expressões faciais que dizem tudo. Como quando vovô Paulo, para arreliar,
pergunta se você está namorando ou o que você quer de presente. Você olha para
ele com aquela carinha de “para de perturbar!” e já vai mudando de assunto...
Assim, você, Luiz Felipe, o nosso
Tite, chega aos 11 anos. É o nosso encantador netinho, que tem na mamãe e papai
seu porto seguro. Mamãe não lhe deixa esquecer as obrigações de estudo, ajuda a
controlar seus horários, leva você e seu irmão aos compromissos, dá bronca
quando preciso, mas também muito amor e carinho. Papai sempre encontra um
tempinho em meio aos compromissos profissionais, para conversar, explicar,
orientar.
Sua convivência com os muitos amigos
que fez é alegre, cheia de risos e brincadeiras. E com os vovós, é carinhoso,
sabe conquistar nossos corações e é, junto com o João e os papais, nossa
motivação na vida. Que você continue assim, Tite, trilhando seu caminho com
determinação. Esta vovó Ana lhe deseja o que de melhor a vida pode lhe dar,
sempre protegido, em suas lutas, pelo Poder Maior!